‘Ministério da Crise’: a única pasta que funciona no governo Lula
Em pouco menos de um mês, Governo Federal se especializou em gerar crises de difícil administração; o Centrão está de olho
O governo Lula tem hoje 38 ministérios. A segunda maior Esplanada dos Ministérios, perdendo apenas para a administração Dilma Rousseff, que chegou a ter 39. Tudo bem que Lula também já ostentou seus 39 ministros, quando criou a Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul. A estrutura, criada para catapultar a pré-candidatura do deputado federal Paulo Pimenta (PT) ao governo do Estado, não vingou e foi rebaixada para o guarda-chuva da Casa Civil.
Agora, há outra estrutura que funciona de forma silenciosa, não necessariamente no submundo da política brasileira, mas que tem alcançado os melhores resultados da gestão Lula. Sim, essa pasta existe e se chama ‘Ministério da Crise‘.
Como a criação do ‘Ministério da Crise’ não ficou registrada no Diário Oficial da União, pouco se sabe sobre ele. Não se sabe quem é o ministro, quais são os seus secretários ou o respectivo organograma. Seu principal objetivo, porém, é notório: colocar o governo federal nas manchetes dos principais jornais. Bem na linha: “Fale bem, ou falem mal… mas falem de mim”.
Quando foi criado o ‘Ministério da Crise’?
Difícil dizer quando foi criado. Mas os melhores resultados, sem dúvida alguma, vieram em 2025. A crise do Pix é um dos grandes cases de sucesso. Bastou uma portaria atabalhoada da Receita Federal para se desencadear a maior crise do governo Lula, em dois anos de gestão. Foram aproximadamente cinco dias de manchetes negativas. Ponto para o Ministério da Crise.
Obviamente que os demais integrantes do governo Lula, aqueles que todos sabemos os nomes, ficaram com ciúmes de tanta notoriedade e acabaram com a festa da pasta. Anunciaram o cancelamento da Instrução Normativa da Receita e tudo voltou ao normal.
Bem, quase… Graças à crise do Pix, o Ministério da Crise colheu seu melhor resultado: conseguiu derrubar a popularidade de Lula entre os nordestinos e os mais pobres. Novo ponto para o ‘Ministério da Crise’.
Na semana passada, foi a vez de o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, dar uma forcinha para o ‘Ministério da Crise’. Também de forma tresloucada, disse que o governo pretendia mudar prazo de validade de alguns produtos para reduzir os preços dos alimentos. Em menos de 24 horas, Rui Costa, que obviamente sofreu uma reprimenda dos colegas do ‘Ministério da Crise’ – eles não querem uma concorrência tão competitiva – recuou e disse que tudo não passava de uma má ideia, bem longe de ser executada.