Genéricos são seguros? Saiba mais sobre a classe de medicamentos
Dos 20 medicamentos mais prescritos no Brasil, 15 são genéricos. O principal atrativo é o preço, que chega a ser até 60% mais barato
Os remédios genéricos entraram no cotidiano dos brasileiros há 26 anos. Desde então, eles se popularizaram como uma alternativa segura e eficaz aos medicamentos de referência, a preços até 60% mais baratos.
Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos) mostram que os genéricos proporcionaram uma economia direta de aproximadamente R$ 325 bilhões para os consumidores e pacientes desde o início dos anos 2000. Dos 20 medicamentos mais prescritos no Brasil, 15 são genéricos.
O que é um medicamento genérico?
O remédio genérico é aquele que contém o mesmo princípio ativo, na mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração e indicação terapêutica de um medicamento de referência.
Na prática, ele é uma cópia do primeiro medicamento criado, desenvolvido e comercializado após a patente deixar de estar em vigor.
“O genérico é identificado pelo nome do princípio ativo e deve apresentar a mesma eficácia, segurança e eficiência”, afirma o presidente-executivo da PróGenéricos, Tiago de Moraes Vicente.
Os genéricos são seguros?
Sim. De acordo com o Ministério da Saúde, a substituição do medicamento de referência pelo genérico é assegurada por testes de equivalência terapêutica, que incluem comparação in vitro e in vivo, por meio dos estudos de bioequivalência apresentados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Por que o genérico é mais barato?
O genérico deve ser, obrigatoriamente, pelo menos 35% mais barato que o medicamento de referência, conforme exigido no Brasil. “Na prática, alcança mais de 60% de desconto”, afirma o presidente-executivo da PróGenéricos.
O preço é menor porque os fabricantes de remédios genéricos não precisam realizar todas as pesquisas para o processo de desenvolvimento de um medicamento inovador, barateando o custo.
Quais características o genérico deve cumprir?
- Composição: mesmo princípio ativo, concentração e forma farmacêutica do medicamento de referência;
- Bioequivalência: deve demonstrar que a absorção e efeito no organismo são equivalentes ao referência;
- Rotulagem: é identificado pelo nome do princípio ativo;
- Preço: deve ser, obrigatoriamente, pelo menos 35% mais barato que o referência, conforme exigido no Brasil;
- Qualidade: deve atender às mesmas normas rigorosas aplicadas aos medicamentos de referência.
Genéricos de laboratórios diferentes podem ter graus de efetividade distintos?
Não. Vicente explica que para serem aprovados, todos os genéricos devem passar por testes rigorosos de bioequivalência e biodisponibilidade que garantam diferença mínima ou irrelevante na eficácia e segurança do produto.
Assim, não é esperado que o consumidor sinta melhora do quadro com um genérico em detrimento de outro. “A preferência de uma pessoa por um laboratório específico pode ser influenciada pela confiança na marca ou nas experiências individuais”, pontua.
Quando um medicamento de referência perde a patente?
Quando um laboratório desenvolve um novo medicamento, ele recebe uma patente, garantindo exclusividade na fabricação e comercialização por 20 anos. Após esse período, outros laboratórios podem produzir versões genéricas, desde que cumpram os requisitos legais.
Como reconhecer um genérico na farmácia?
Os medicamentos genéricos podem ser identificados pela tarja amarela na qual se lê a letra G e a inscrição “Medicamento Genérico”. Além disso, a Anvisa aponta que na embalagem deve constar a frase “Medicamento Genérico Lei nº 9.787/99”.