Qual é o futuro da produção da carne bovina no Brasil?

O Brasil é o terceiro maior produtor de gado do mundo, atrás apenas dos EUA e da China, e também o maior exportador de carne bovina. A pecuária de corte desempenha um papel fundamental no PIB do agronegócio nacional.

O Centro de Inteligência da Carne Bovina (Cicarne) da Embrapa Gado de Corte (MS), em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária, realizou um estudo para traçar um panorama da cadeia produtiva do gado de corte.

O que mais chama atenção neste estudo são as tendências previstas para 2040. Entre elas, destacam-se:

• Controle biológico será a principal ferramenta para combater parasitas. Apesar de intensas pesquisas, o controle do carrapato, principal parasita econômico do Brasil, ainda é uma grande preocupação.
• Com os avanços no manejo sanitário e no diagnóstico de doenças, existe uma alta probabilidade de erradicação das doenças responsáveis por perdas econômicas significativas.
• O controle de doenças deverá ser amplamente realizado por meio de produtos biológicos e alternativos, com destaque para as soluções sustentáveis.
• A indústria farmacêutica se adequará para a produção de medicamentos naturais que não deixem resíduos nem na carne, nem no meio ambiente.
• A proibição do uso de hormônios será estendida até 2040, um movimento em direção a uma produção mais natural e saudável.
• A genética se tornará uma aliada importante na produção de carne, possibilitando a criação de rebanhos geneticamente modificados para aumentar a eficiência e a qualidade da carne.
• A qualidade da carne ainda é um desafio para o Brasil, mas a genética deve ajudar a melhorar a maciez e outros aspectos sensoriais.
• Espera-se um avanço significativo na reprodução, com o crescimento das tecnologias de IATF, transferência de embriões e fecundação in vitro.
• O uso de suplementação mineral deverá aumentar de forma expressiva, ajudando na nutrição e saúde do rebanho.
• Drones serão amplamente utilizados no campo para monitorar a área em busca de focos de pragas e problemas de fertilidade do solo, contribuindo para uma gestão mais eficiente.
• Robôs peões, teleguiados para atuar no manejo do gado, prometem aumentar a eficiência e reduzir o estresse dos animais.
• O Pará pode assumir o posto de maior produtor de gado de corte do Brasil, superando o Mato Grosso, que atualmente lidera a produção.

Além disso, os especialistas apontam que o bem-estar animal, a adequação das estruturas das fazendas, o constante treinamento dos funcionários, a nutrição adequada, e uma boa logística de abate e revenda são áreas que precisam ser constantemente melhoradas para garantir a competitividade e sustentabilidade da pecuária de corte no Brasil.