Política Nacional

Dólar e juros altos pressionam governo Lula na reta final do ano

Pacote de contenção de gastos apresentado pelo governo foi considerado insuficiente e gerou incertezas em torno da política fiscal

A reta final do segundo ano de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é marcada pela disparada do dólar e pelo aumento da taxa básica de juros, a Selic. Nas últimas semanas, a moeda americana tem apresentado sucessivas altas e chegou a bater R$ 6,20 nesta terça-feira, (17).

A escalada acontece mesmo com os esforços do Banco Central (BC), que tem promovido leilões com o objetivo de reduzir a cotação. No entanto, as incertezas do mercado sobre a política fiscal do governo impulsionam a alta. O pacote de contenção de gastos apresentado em novembro pela equipe econômica de Lula foi considerado insuficiente.

A expectativa do governo é economizar R$ 327 bilhões no período entre 2025 e 2030, sendo R$ 70 bilhões nos próximos dois anos. Mas a medida, além de ser vista como insatisfatória, esbarra na demora do Congresso Nacional e corre risco de ser desidratada. A Câmara dos Deputados iniciou a votação do pacote nessa terça, com estimativa de conclusão nesta quarta-feira, (18). As propostas ainda precisam passar pelo Senado antes de seguirem para sanção do presidente.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com Lula para tratar da pauta econômica do governo. Segundo o titular da pasta, o presidente pediu esforço para que as medidas anunciadas não sejam desidratadas.

“O apelo que ele está fazendo é para que as medidas fiscais não sejam desidratadas. Nós temos aí um conjunto de medidas que garantem a robustez do arcabouço fiscal. Estamos muito convencidos de que vamos continuar cumprindo as metas fiscais nos próximos anos”, disse o ministro a jornalistas.

Para analistas, a alta contínua do dólar segue refletindo o aumento das incertezas fiscais e a desconfiança na condução da política monetária no Brasil. Também há expectativa sobre a nova diretoria do BC, que tomará posse em janeiro de 2025, e pairam incertezas sobre o compromisso com o controle inflacionário.

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