Esquema de pedofilia tinha site com exposição de meninas de 13 a 17 anos do Muca, em Macapá
Operação “Luvenes” foi deflagrada na manhã desta terça-feira (17) nos municípios de Macapá, Santana, e Vitória do Jarí. Nove investigados estão presos.
Por: Núbia Pacheco/Tv Equinócio
Em coletiva de imprensa, na manhã desta terça-feira (17), a delegada titular da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Criança e o Adolescente (Dercca), Clívia Valente, deu detalhes sobre o esquema de pedofilia que resultou em 11 mandados de prisão contra empresários, político, agente de segurança, entre outros investigados na Operação Iuvenes.
“O agenciador tinha amizade com essas meninas vulneráveis e todos moravam no mesmo bairro, do Muca. Aí ele passou a fazer um site, colocava essas meninas em danças sensuais, tipo como se fosse um “catálogo” e ele administrava esse site e tinha esse apelo para fazer o chamamento dos clientes. Os clientes passaram a entrar em contato com ele e pediam para ele facilitar”, detalhou a delegada em coletiva.
A operação Iuvenes teve como objetivo cumprir 11 mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão contra investigados de envolvimento numa rede de exploração sexual contra crianças e adolescentes no Amapá. As ordens judiciais foram cumpridas nos municípios de Macapá e Santana, que compõem a Região Metropolitana, e Vitória do Jari, no sul do estado.
A delegada Clívia Valente informou que, a princípio, foram expedidos 10 mandados de prisão, no entanto, outro mandado foi expedido nesta segunda-feira (16), totalizando 11 mandados, dos quais 9 foram cumpridos até a publicação desta reportagem.
Investigação
Segundo a Dercca, a investigação iniciou em 2022 após a delegacia receber uma denúncia de uma pessoa que mantinha encontros sexuais com uma adolescente. Este é o terceiro desdobramento das investigações.
O gerenciador foi preso e passou o controle do esquema para uma mulher, que foi detida nesta terça-feira durante a operação. A nova gerenciadora do esquema, segundo a polícia, era uma das vítimas quando menor de idade.
“Nós recebemos uma denúncia de uma pessoa que mantinha encontros sexuais com uma adolescente. Nós passamos a investigar essa pessoa, representamos pela prisão preventiva, ele foi preso e durante o interrogatório ele citou quem seria a pessoa do gerenciador que tinha indicado para ele essa menina. Aí nós passamos para a segunda fase da investigação desse segundo alvo e, via mandados judiciais e técnicas de investigação, nós logramos êxito de meses batalhando aí para colher elementos e subsidiar a operação de hoje”, disse.
Site com exposição de meninas
Conforme as investigações, eram recrutadas meninas entre 13 e 17 anos em situação de vulnerabilidade social e que muitas vezes eram pagas pelo agenciador com pratos de comida. Ao todo, 6 meninas foram identificadas nesta fase da operação e recebem acolhimento.
A delegada Clívia detalhou ainda que a maioria dos investigados preferia se relacionar com as mais jovens, de apenas 13 anos.
“Esses ditos clientes, percebemos na investigação, que eles tinham preferência por meninas de 13 anos e essas meninas ficaram já como sendo clientes habituais deles. Eram meninas em extrema vulnerabilidade que recebiam às vezes um prato de comida”, detalhou.
O Corpo de Bombeiros (CBM) publicou uma nota com posicionamento sobre a prisão de um agente de segurança da corporação, veja abaixo:
“O Corpo de Bombeiros Militar do Amapá (CBMAP) informa que tomou conhecimento, nesta terça-feira (17/12), da prisão de um oficial da corporação, realizada pela Polícia Civil durante investigação relacionada a crimes de violência e exploração sexual contra crianças e adolescentes.
A instituição, por meio de seu Comando-Geral, está acompanhando o caso e assegurando que todos os trâmites legais sejam cumpridos. O oficial prestou depoimento na delegacia e encontra-se preso, aguardando a realização da audiência de custódia. Paralelamente, a corporação instaurará um procedimento administrativo interno para apurar os fatos com o rigor e a seriedade que a situação exige.
O CBMAP repudia, de forma veemente, quaisquer atos de violência e exploração sexual, especialmente contra crianças e adolescentes, reafirmando seu compromisso com a proteção dos direitos humanos e a integridade de todos os cidadãos.
Seguiremos acompanhando o caso e cooperando plenamente com as autoridades competentes, garantindo a transparência necessária e o cumprimento da justiça.