Conhecida como castanha-do-pará, ela se apresenta ao mundo como castanha-do-brasil e é assim que aparece no título de um trabalho recente, realizado na UFV (Universidade Federal de Viçosa), em Minas Gerais, que comprova seus poderes contra inflamações e na prevenção da obesidade.
Para o estudo, foram recrutadas 56 mulheres com sobrepeso e obesidade, que receberam tratamento para perda de peso, com orientação dietética e restrição calórica. A turma foi dividida em duas, sendo que uma parte consumiu a castanha diariamente e a outra não ingeriu a oleaginosa.
Após oito semanas, por meio de análises de sangue, concluiu-se que, entre aquelas que comeram o alimento, as concentrações de marcadores inflamatórios eram menores. O grupo apresentou valores mais baixos para a proteína C-reativa, o fator de necrose tumoral e a interleucina 1-beta, por exemplo.
Embora a castanha-do-brasil apresente uma rica mistura de nutrientes e fitoquímicos, credita-se tais resultados especialmente à sua alta quantidade de selênio. “Oferecemos castanhas com teores ainda maiores do mineral, mas seguras”, conta a nutricionista Helen Hermana Miranda Hermsdorff, professora da UFV e uma das coordenadoras do projeto Castanhas Brasileiras, que tem pesquisado as propriedades de variedades nativas do país.
Dentre os mecanismos envolvidos destaca-se a função antioxidante. “Em processos inflamatórios também ocorre um maior estresse oxidativo”, diz a professora. Assim, a atuação contra as moléculas conhecidas como radicais livres é muito oportuna.
Outros achados da pesquisa apontam para a saúde do intestino. “Exames mostraram benefícios na integridade intestinal”, revela Hermsdorff. Isso ajuda a brecar a passagem de substâncias nocivas para a circulação.
Combater inflamações é fundamental para reduzir risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e problemas nas articulações, como a artrite.