COP29: ONGs cobram Brasil na linha de frente da crise climática
Entidades sustentam que o país também deve equacionar distribuição de recursos e apresentar planos detalhados de execução dos objetivos na COP29
As instituições sustentam que o Brasil deve liderar pelo exemplo. Elas defendem que o Brasil aumente as ambições de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE), abandone a exploração de petróleo e construa um plano detalhado para a eliminação do uso de combustíveis fósseis, entre outros pontos.
A proposta é que o Brasil apresente, em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês), um cronograma claro de eliminação de petróleo e gás, com metas de redução de emissões mais ousadas, alinhadas às recomendações do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que sugere cortes de 60% em relação aos níveis de 2019.
Alexandre Prado, líder de mudanças climáticas da WWF Brasil, ressaltou que o financiamento climático será um dos eixos da atuação da organização na COP29.
Segundo ele, a WWF pressiona para que os recursos internacionais direcionados ao Brasil sejam substanciais e aplicados em iniciativas de redução de carbono e preservação ambiental.
A promessa atual dos países desenvolvidos é de US$ 100 bilhões anuais em apoio às nações em desenvolvimento, mas organizações argumentam que esse valor deveria ser expandido para ao menos US$ 1 trilhão, dadas as crescentes demandas por ações climáticas urgentes e o impacto das mudanças climáticas nas economias em desenvolvimento.
No caso específico do Brasil, Prado afirma que o financiamento deve incluir recursos dedicados ao combate ao desmatamento e à preservação da Amazônia, uma área-chave para o cumprimento das NDCs brasileiras.
Ele destaca que o sucesso no combate ao desmatamento, além de reduzir emissões, fortalece a imagem do país na arena climática global, preparando o terreno para que o Brasil seja referência na COP30.
Além do financiamento climático para o desuso dos combustíveis fósseis, um tema de destaque na conferência será o fundo de “perdas e danos”, destinado a apoiar a recuperação de regiões afetadas por eventos climáticos extremos.