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Modelo relata o drama e superação de uma cirurgia de traumatismo craniano

Juliane Góes estava indo ao trabalho quando sofreu um grave acidente

Por Núbia Pacheco / TV Equinócio

Aos 31 anos, a modelo e bióloga Juliane Góes é enfática ao dizer que não vai mais deixar nada para o amanhã e que vai viver o agora, um dia de cada vez. Essa urgência em viver e esse despertar vieram após ela ser vítima de um acidente de trânsito, sofrer traumatismo craniano e, por questão de minutos, ser salva da morte ao passar por uma neurocirurgia no Hospital de Emergência de Macapá.

Juliane estava com o esposo em uma moto no cruzamento da Avenida Antônio Coelho de Carvalho com a Rua Professor Tostes, no centro da capital, quando o condutor de um carro avançou a preferencial e atingiu a moto em que a vítima estava, na semana passada.

Juliane trabalha como modelo e também é bióloga do Instituto Brasileiro e Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ela é casada e mãe de uma menina de apenas dois anos.

No momento do acidente, a vítima estava a caminho do trabalho, e o que era para ser mais um dia comum, se tornou o mais difícil de sua vida.

“O que lembro foi que pedi para não deixar eu morrer e que eu tenho uma filha de dois anos. Eu acredito que nós como mães nos preocupamos muito com o que nossos filhos possam passar”, expressou.

Logo após o acidente, a modelo foi socorrida para o Hospital de Emergência. Chegando na Casa de saúde, ela foi atendida às pressas. Ainda consciente, porém com muita dor e passando mal, ela relembra que os últimos momentos acordada, antes da cirurgia, viraram apenas um borrão.

A partir daí quem conta a história de como Juliane teve mais uma chance de viver é a madrinha, tia e enfermeira, Gracialva Góes, que estava de plantão no HE quando viu que desta vez a paciente era a sua própria afilhada.

“Nesse momento é bem complicado quando chega a ser a nossa família.  A gente se depara com a realidade todos os dias, mas a gente não está esperando que vai ser aquele rosto que a gente vai olhar no acolhimento e que seja a nossa família”, disse.

Gracialva conta que quando Juliane chegou no hospital, o caso não aparentava se tratar de urgência, já que ela estava consciente e com poucas escoriações visíveis. No entanto, após ser feita a tomografia computadorizada (TC) do crânio da modelo, foi imediatamente constatado que o caso era muito mais sério do que se imaginava.

“Após a saída da TC, que foi em 15 minutos, foi que a gente viu a gravidade. A doutora chamou o neurocirurgião do laboratório para dar esse suporte, em menos de 3 minutos a equipe já estava arrumada. Foi quando o doutor disse: ‘vamos subir porque a situação é gravíssima’. Essa equipe de neurocirurgia do HE salvou a vida da minha sobrinha”, detalhou Gracialva.

Traumatismo craniano

Juliane Góes teve um traumatismo craniano (TCE) e precisou de uma craniotomia para drenagem do hematoma. Em outras palavras, foi necessário remover parte do osso do crânio para acessar o cérebro e realizar a operação. O osso removido foi colocado de volta no final da cirurgia.

Com a implantação do serviço 24h em neurocirurgia, Julianne foi atendida de forma rápida e efetiva pela equipe, circunstâncias, que resultaram em uma recuperação de sucesso.

Uma semana após o trauma, Juliane encontra-se em casa se recuperando ao lado da família. Quando questionada sobre o que pretende fazer daqui para frente após este grande susto, ela falou sorrindo:

“Agora eu só quero viver, viver, viver e dizer que eu não vou mais deixar nada para amanhã, vou fazer tudo hoje e viver um dia de cada vez”, completou.

Neurocirurgia ofertada pelo HE

A neurocirurgia trata de doenças do sistema nervoso central e periférico, que podem acometer o cérebro, coluna e nervos, como aneurismas, tumores, malformações, hidrocefalia e até mesmo traumatismo. O serviço foi implantado no Hospital de Emergências da capital para agilizar o procedimento, que antes era realizado apenas no Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima (Hcal).

O diretor do hospital, Emanoel Martins, falou sobre a importância de ofertar este serviço.

“Nosso trabalho é constante, para que os pacientes tenham um atendimento humanizado e efetivo aqui dentro do nosso hospital. Já passamos por muitas intervenções e melhoras no quadro estrutural e estratégico da unidade. É um comprometimento de toda a gestão e de todos os profissionais que atuam diariamente na saúde pública”, detalhou.

O serviço foi implantado no início de setembro deste ano, e até o momento já foram realizadas cerca de 40 neurocirurgias, todas com sucesso.

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