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Irmão de missionário assassinado no Muca diz que vítima foi morta por “tentar resgatar usuários de drogas”; acusado já foi preso

Morte de Márcio Souza, de 49 anos, pode ter sido determinada pelo ‘Tribunal do Crime’ de uma organização criminosa atuante no bairro do Muca.

Elden Carlos / Editor

Foi preso na noite desta terça-feira (22), no bairro Redenção, Zona Sul de Macapá, Clebson Silva Rodrigues, de 22 anos, o ‘Miguel’, que confessou ser o autor dos disparos que mataram na tarde do mesmo dia o missionário e acadêmico do Instituto Federal do Amapá (Ifap), Márcio Souza da Silva, de 49 anos.

Local onde vítima foi emboscada por atirador

O crime foi registrado no final da rua Santos Dumont, bairro do Muca. Câmeras de segurança da área flagraram a ação de Miguel e um comparsa que havia lhe repassado a arma do crime. Aos policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) ele afirmou que matou a vítima sem saber o motivo. Ele declarou que tinha uma dívida de R$ 300 em drogas, e que traficantes delatados por ele com as alcunhas de “Cheiroso”, “JP” e “Sapatão” teriam determinado que ele matasse o missionário em troca do pagamento da vítima. A versão será apurada pela Polícia Civil que investiga o caso.

O delegado-geral interino da Polícia Civil do Amapá, Ronaldo Coelho, declarou durante entrevista coletiva que as investigações já identificaram o segundo envolvido direto no crime, e que a morte do acadêmico não foi um latrocínio.

“Eles foram para executar a vítima. A real motivação está sendo apurada. Ele (Miguel) declarou em depoimento que tinha uma dívida com traficantes, e que estes determinaram que ele eliminasse a vítima, tendo com isso o perdão da dívida. É a versão dele pelo menos, mas, vamos aprofundar as investigações” declarou o delegado.

“Miguel” afirmou que matou o missionário a mando de traficantes para quem devia R$ 300 em dívida de drogas

O pastor Marcos Souza, irmão da vítima, concedeu entrevista ao programa Primeira Opção (Equinócio 99,1FM) na manhã desta quarta-feira (23). Ele afirmou que Márcio não tinha envolvimento com criminosos, repudiando algumas declarações que circularam criminosamente nas redes sociais.

“Meu irmão morava comigo. Ele não tinha ligação com bandidos. Era uma pessoa que vivia para os estudos. Para nós, familiares, a morte dele foi a mando de traficantes como forma de vingança. Meu irmão saia todos os dias de casa para ir ao Ifap (Instituto Federal do Amapá), onde ele estava cursando o último ano de licenciatura em matemática, inclusive, como bolsista. Ele saia da avenida José de Paula Lobo, atravessava essa passarela para acessar a rua Santos Dumont onde ele pegava o transporte coletivo para ir estudar na Zona Norte. Há alguns dias ele estava retornando à noite do Ifap e se deparou com um grupo de usuários de drogas nessa passarela. Como ele também era missionário da igreja a qual presido, decidiu parar com aquelas pessoas e orientá-las sobre os perigos dessa vida. Isso incomodou os traficantes que o ameaçaram. O Márcio disse que se continuasse a ser ameaçado chamaria a polícia. Ele foi embora, e, coincidentemente, a polícia foi à essa passarela no dia seguinte e fechou a ‘boca de fumo’. Então, acreditamos que isso irritou ainda mais essas pessoas que determinaram a morte dele. Essa é uma área dominada por esses criminosos que, diante da certeza da impunidade, até colocam uma mesa na beira da rua para vender drogas a qualquer hora do dia ou da noite”, revelou o pastor.

Missionário teria sido morto por tentar “resgatar usuários de drogas do mundo do vício

O delegado Ronaldo Coelho disse que a Polícia Civil vai tomar o depoimento oficial do pastor, e que essa pode, sim, ser uma das principais linhas de investigação. Márcio – no intuito de resgatar pessoas do vício das drogas – teve a morte determinada pelo Tribunal do Crime.

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