Desilusão no Flamengo tem nome: Tite. Prometeu gols no Uruguai. Faltou competência. 0 a 0. Adeus, Libertadores. Luís Castro ganha força
Mesmo com elenco muito mais forte do que o do Peñarol, o Flamengo caiu nas quartas da Libertadores. Time sem objetividade, trocou 628 passes, teve 69% de posse de bola. Mas não conseguiu criar chances efetivas. Luís Castro ganha força para 2025
“Temos totais condições de chegar lá (no Uruguai) e fazer. “Foi um jogo de efetividade. “Com dois minutos ou três faz o gol, e você trabalha em cima do resultado. “Fomos afoitos em alguns momentos, precipitamos em outros, e o goleiro teve felicidade também. “(O Flamengo) Vai criar metade das oportunidades que criou hoje e vai fazer gol lá. “Me cobra depois.”
(Tite garantindo, depois da derrota para o Peñarol, no Maracanã, há oito dias.)
“Eu disse que prometi? Prometi que ia fazer gol? Eu projetei. Está me cobrando e tem todo o direito, mas eu não prometi. Eu não sou futurista, cara. Era o objetivo, de criar e fazer, mas promessa não foi. Projetei, trouxe a responsabilidade para mim, era para fazer gol, mas o termo não é esse. “Não tenho bola de cristal.”
(Tite, ontem, logo após o 0 a 0 contra o Peñarol, que eliminou o Flamengo da Libertadores.)
Xingado pela torcida, cobrado por suas falsas promessas pela imprensa, desiludindo o presidente Rodolfo Landim, o vice de futebol, Marcos Braz e o restante da direção, preocupada com o reflexo da eliminação na eleição do clube.
O ambiente para a sequência de trabalho de Tite, depois da queda do clube carioca na principal competição de 2024, é péssimo. O clube não tem mais chances no Brasileiro.
Mesmo se vença a Copa do Brasil, que é uma competição menor, a sensação de fracasso na Gávea é enorme.
Diante da expectativa enorme que cercava a chegada do técnico. Com onze meses de trabalho, Tite ainda não conseguiu dar o padrão envolvente, impositivo, vitorioso que Landim apostava. A campanha na Libertadores foi fraquíssima. Perdeu quatro partidas: duas vezes para o Bolívar, Palestino e Peñarol. Venceu quatro jogos e empatou dois.
Suas desculpas:
“Teve em cima de um calendário com uma série de dificuldades que nós tivemos. A maior delas, volto a dizer, pela moldagem da equipe, foi o Pedro: o jogador de área, da infiltração, com as características dele, não estou falando em demérito aos demais. A estrutura ofensiva se perdeu um pouco, a gente tentou com o BH, o retorno do Gabi, Carlinhos… No produto final, ela (equipe) não fez o que deveria ter feito”.
Ele ficou constrangido, mas teve de admitir que faltou repertório. De La Cruz e Arrascaeta deixaram de ser objetivos no seu comando. E se tornaram jogadores previsíveis, preocupados em tocar a bola, e abandonaram as infiltrações, os dribles, os passes inesperados.
“Talvez tenha faltado um repertório. E talvez tempo maior para que se pudesse coordenar movimentos do Plata. Organizar movimentos, sim. Porque nós perdemos três jogadores titulares (Pedro, Cebolinha e Luiz Araújo) que se deram 60 gols no ano”.
Ou seja, falou, em outras palavras, que não conseguiu repor taticamente as individualidades.
Na verdade, o discurso de Tite, após a eliminação da Libertadores não convenceu. Assim como o frustrante Brasileiro.
A direção do Flamengo desmentiu na terça-feira que tenha conversado com Luís Castro, mas o nome do português ganha força nos bastidores do clube.
Só que muito mais importante e concreto com a possibilidade há a realidade crua. Não há ânimo algum para renovar contrato com Tite. O treinador teve absolutamente tudo o que queria.
Teve liberdade para tirar do time o maior ídolo da Gávea e seu desafeto, Gabigol. Participou da escolha de todos os reforços. Pôde colocar o time reserva contra o Grêmio, na derrota por 3 a 2, no domingo.
Deixou seu filho Matheus, que jamais assumiu equipe alguma, treinando os titulares. Quebrou o protocolo do Flamengo, sempre dando entrevistas com auxiliares. Sempre decidiu quando o time embarcava para os jogos.
Não faltou nada. Nem o salário de R$ 1,8 milhão a cada 30 dias.
Só ganha menos do que Abel Ferreira, no Palmeiras (O português embolsa cerca de R$ 2,5 milhões/mês).
Só que o retorno foi fraco.
No principal objetivo do clube, o Flamengo não conseguiu nem chegar às semifinais.
O Peñarol enfrentará o Botafogo por uma vaga na final da Libertadores.
Pior é a sensação é que aconteceu o previsível.
O time não engrenou, mesmo depois de 11 meses sob o comando do treinador.
Nas redes sociais, as torcidas organizadas prometiam protestar contra a equipe.
E, principalmente, pela permanência de Tite.
As chances que continue em 2025 são praticamente nulas…