Marina Silva admite que medidas contra incêndios foram insuficientes
Ministra reconheceu que o governo Lula age contra incêndios, mas ressalta que o mundo não está preparado para enfrentar uma crise climática.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem implementado ações para enfrentar a crise da seca e os incêndios que assolam o Brasil, mas admitiu que as medidas”não foram suficientes”.
De acordo com a ministra, o mundo não está preparado para enfrentar uma crise climática. “A humanidade tem que chegar à conclusão de que não está preparada e que não está preparada porque não ouviu os reclames da ciência”.
“O que nós estamos descobrindo agora é que [o planejado] não foi suficiente. E ter essa clareza e essa responsabilidade de não querer mascarar a realidade ou minimizar a realidade faz parte de uma postura republicana diante da sociedade”, contou a ministra.
Em um ano marcado por desastres ambientais, o presidente Lula chegou a anunciar, no começo desse mês, que tirou da gaveta a proposta de criação de uma autoridade climática para enfrentar os efeitos da crise. O anúncio veio no momento em que o país sofre com a maior seca dos últimos 75 anos e uma alta em incêndios florestais. Ele potencialiou, também, multas por incêndios florestais.
A ministra e o presidente estão cumprindo agendas na semana do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA).
Marina deve passar pouco tempo no evento, priorizando a pauta ambiental do Brasil. “Obviamente que, quando você está nesse lugar, você pode ser cobrado. Ser cobrado não é problema. Agora, obviamente que os países desenvolvidos, para cobrar, eles precisam também fazer o aporte dos recursos que ficaram acordados no Acordo de Paris [e que nunca foram feitos]. E o Brasil tem conseguido reduzir o desmatamento sem precisar de ajuda externa”.
De acordo com ela, “o Brasil é vítima da mudança climática. É um país vulnerável”. Ela destacou que parte dos incêndios é de origem criminosa, ressaltando que instituições que trabalham no combate a esses crimes, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Polícia Federal já foram alvos de ataques por suas ações de repressão a crimes ambientais.