A Delegacia de Repressão a Fraude Eletrônica (DRFE), com apoio da Polinter da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (PJCMT), deflagrou a Operação Hígia nesta quinta-feira, (04), com a finalidade de localizar e cumprir 02 mandados de prisão preventiva em desfavor de investigadas por crime de fraude eletrônica na cidade de Cuiabá/MT.
A ação da DRFE – que segue a estratégia de impor riscos e consequências a criminosos que atuam em meio digital, independente da unidade federativa em que situados –, contou com o compartilhamento de informações por parte da PCRS, PCSP e PCBA, além do apoio operacional da PJCMT.
A operação decorre de investigação iniciada no início do ano, após registro de ocorrência por parte da vítima. Esta relatou que estava acompanhando sua mãe internada em um hospital particular desta capital, e que estava na iminência de ser submetida a procedimento cirúrgico, quando teria recebido um contato telefônico de uma pessoa que se identificou como médico intensivista daquela instituição.
Na ocasião, esse médico teria detalhado o nome completo de sua mãe, data de entrada no hospital, além de todo o quadro clínico daquela, e teria dito que não haveria a necessidade de cirurgia, mas alertou a vítima de que sua mãe precisaria realizar alguns exames e medicamentos que o hospital não tinha disponível, e que, por tal motivo, deveria ser realizado o pagamento da quantia aproximada de R$ 4 mil – via PIX.
Pelo fato de estar muito aflita pela situação delicada de saúde de sua mãe e por ter sido descrito com precisão o quadro clínico e outros dados, não desconfiou de nada e acabou transferindo o valor conforme orientada.
Contudo, para sua surpresa, logo após o pagamento, teria recebido um novo pedido de dinheiro, momento em que teria sido alertada por funcionários do hospital que perceberam o que estava ocorrendo e a avisaram que o hospital não adotava nenhum procedimento de cobrança de valores por meio de whatsapp e nem havia ali qualquer pessoa com o nome informado pelo suposto médico, momento que percebeu ter caído em um golpe.
Durante a investigação, que ainda está em andamento, foi possível confirmar a atuação direta das 2 investigadas, presas na data de hoje, (05), na capital do Mato Grosso, além de pelo menos outras duas pessoas, todos integrados em um esquema de aplicação de golpes de âmbito nacional, tendo sido verificado que já haviam feito vítimas nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás, Bahia, Sergipe e Piauí, com prejuízo total superior a R$100 mil.
Todos serão indiciadas pelos crimes de fraude eletrônica (art. 171, §2-A do CP), associação criminosa (art. 288 do CP) e lavagem de dinheiro (art. 1 da Lei 9.613/98), podendo resultar na condenação de até 21 anos de reclusão, para cada investigado.
- A operação foi batizada de Hígia, deusa da mitologia grega que personificava o cuidado com a saúde em todas as suas formas, não apenas protegendo a saúde de uma pessoa para que ela nunca adoecesse, mas encorajando o retorno à boa saúde após a doença.