Universidades federais perderam 83% da verba para investimentos em infraestrutura em 10 anos
Recurso é voltado, principalmente, para construção de prédios, aquisição de veículos e compra de equipamentos de laboratório
Entre as áreas do orçamento destinado às universidades federais, os investimentos em infraestrutura e material permanente caíram de R$ 1,62 bilhão para R$ 264,5 milhões nos últimos 10 anos, segundo dados do Sou Ciência, ferramenta da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
O período considerado é de 2014 a 2023. Os recursos são voltados, principalmente, para a construção de prédios, aquisição de veículos e compra de equipamentos de laboratório. O índice, que representa uma queda de 83% no orçamento, inclui 69 instituições.
As universidades federais são financiadas, principalmente, por recursos da LOA (Lei Orçamentária Anual), divididos em grupos de pessoal, despesas correntes e investimentos, informou a Unifesp. Entre os grupos, a ferramenta separou o orçamento em investimento em infraestrutura e material permanente, pessoal e encargos sociais, despesas de manutenção e funcionamento e assistência ao estudante.Os dados são do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento, do governo federal.
Despesas como assistência ao estudante e manutenção, por exemplo, também registraram queda no mesmo período, de 4% e 23%, respectivamente. Na contramão, pessoal e encargos cresceu 2%.
Orçamento nas universidades
No orçamento total das despesas, as universidades federais registraram uma queda de 3,9% nos recursos, passando de R$ 59,7 bilhões em 2014 para R$ 57,3 bilhões em 2023. Apesar do número aparentemente baixo, a quantia representa o valor total do orçamento de quase um ano e meio em infraestrutura e material permanente, por exemplo. O déficit em 2023 chega a R$ 2,3 bilhões em comparação com 2014.
Segundo a coordenadora da ferramenta, Soraya Smaili, em 2023 as universidades registraram sinais de uma leve recuperação no orçamento, em que houve crescimento de 34% em relação ao ano anterior. Entretanto, o valor ainda não consegue atender todas as demandas e retornar aos valores de 10 anos atrás.