Caso Marielle: Conselho de Ética da Câmara aprova cassação de Chiquinho Brazão, que pode recorrer à CCJ
Assassinato ocorreu em março de 2018 e resultou na morte do também motorista da vereadora, Anderson Gomes
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu, nesta quarta-feira (28), com um placar de 15 votos a 1, pela cassação do mandato do deputado Chiquinho Brazão, que não possui partido, representando o estado do Rio de Janeiro. Ele é acusado de estar envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL.
A relatora do processo, deputada Jack Rocha, do PT, destacou que as ações de Brazão são incompatíveis com o decoro exigido para o exercício do cargo.
Durante a sessão, Chiquinho Brazão se declarou inocente das acusações, ressaltando que tinha uma amizade com Marielle. No entanto, a investigação aponta que ele e seu irmão, Domingos Brazão, são considerados mandantes do crime que resultou na morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
A motivação do assassinato pode estar ligada a um desentendimento entre Marielle e Chiquinho sobre um projeto de lei que envolvia terrenos controlados por milícias.
A defesa de Chiquinho Brazão já anunciou que pretende recorrer da decisão do Conselho de Ética à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Após essa etapa, o caso será levado ao plenário da Câmara, onde a recomendação de cassação precisará do apoio de pelo menos 257 dos 513 deputados para ser efetivada. Essa votação será crucial para determinar o futuro político do deputado.
Os irmãos Brazão foram detidos em uma operação da Polícia Federal, e o caso está sob a supervisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em razão do foro privilegiado que Chiquinho possui.
A situação continua a gerar repercussões significativas no cenário político brasileiro, especialmente em relação à luta contra a impunidade e a violência no país