Amazônia registrou mais de um foco de fogo por minuto nos últimos dias
Em dois dias, houve 3.430 queimadas no bioma, conforme o Inpe. Chamas se multiplicam em contexto de seca e às vésperas do mês mais crítico
A Amazônia registrou 1.442 queimadas no domingo (24/8) e 1.988 na segunda-feira, totalizando 3.430 nos dois dias. Os dados equivalem a 1,19 queimada por minuto. No acumulado do ano, até a segunda-feira, o bioma soma 52.104 focos de calor, o que representa aumento de 81% ante os 28.787 contabilizados no mesmo período de 2023. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O Brasil tem registrado problemas recentes em várias regiões, com nuvens de fumaça se espalhando por vários estados. Além das situações localizadas, como grandes queimadas em São Paulo e em biomas como Cerrado e Pantanal, a fumaça pode ter influência dos incêndios no Norte do país.
Os últimos dias fazem parte de quase uma semana em que o fogo está em alta na Amazônia. Na quarta-feira (21/8), houve 1.635 queimadas. Na quinta, o número caiu para 924. No entanto, depois disso, acelerou novamente. Os satélites do Inpe identificaram 1.659 pontos com fogo, sendo 1.265 no sábado, (23).
No ano, mesmo antes de terminar, agosto já é o mês com mais queimadas: 27.181. Até então, julho era o detentor da marca, com 11.434 registros. Embora o número atual seja muito elevado, o comportamento de crescimento é esperado, pois ele segue um padrão.
Historicamente, a base de dados de queimadas do Inpe, iniciada em junho de 1998, mostra um padrão anual no qual o fogo aumenta a partir de junho, tem pico em setembro e depois decresce. O comportamento acompanha o verão amazônico, período de mais seca na região.