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Por que as histórias originais não fazem mais sucesso no cinema?

Sequências, reboots e universos compartilhados dominam as bilheterias

O público não se interessa mais por histórias originais porque elas não estão mais sendo feitas, ou as histórias originais não estão mais sendo feitas porque o público não se interessa? O dilema, que lembra uma antiga propaganda de bolacha (ou biscoito, outro dilema), está em pauta agora no cinema.

O fenômeno não é recente, mas está mais explícito: as novas histórias enfrentam cada vez mais dificuldade para atrair um grande público às salas de cinema. As 12 maiores bilheterias de 2024 pertencem a filmes que são sequências, reboots ou fazem parte de algum universo cinematográfico.

Enquanto isso, as histórias originais lutam para se pagar. Um exemplo é Armadilha, novo thriller de M. Night Shyamalan, que em seu primeiro final de semana em exibição no Brasil ficou apenas em quinto lugar na lista de filmes mais vistos no país.

“Eu entendo que é mais fácil chegar até você se você já conhece o assunto. Eu, ao contrário, estou tentando chamar sua atenção, quero te contar algo novo. É isso que me atrai. Eu posso sentir isso do público, que eles querem algo novo”, disse Shyamalan, em entrevista para o lançamento de Armadilha.

O problema é que o público não parece muito disposto a gastar o dinheiro do ingresso com algo novo. Um levantamento da plataforma de análise de bilheteria EntTelligence, publicado pelo Yahoo Finance em março, revelou que, das 60 maiores bilheterias do cinema nos EUA desde 2016 (com exceção de 2020, quando a maior parte das salas esteve fechada por causa da pandemia), apenas cinco filmes não eram sequências ou baseados em uma propriedade intelectual já existente.

Ainda segundo o relatório do EntTelligence, os dez filmes mais vistos representaram, em média, 30% de toda a bilheteria em cada um desses anos. Isso significa que os estúdios têm cada vez menos margem de manobra para arriscar.

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