Crítica

‘Alien: Romulus’ traz frescor à franquia e chega perto de atingir o nível de seu antecessor de 1979

Longa aposta no horror e chega aos cinemas nesta quinta-feira, (15)

45 anos atrás, Alien – o 8° passageiro estreava nos cinemas e marcava para sempre a cultura pop. Desde então, cinco outros filmes foram lançados, mas nenhum foi capaz de atingir a excelência do primeiro. Até, em partes, a chegada de Alien: Romulus.

Situado entre o primeiro e o segundo filme da franquia, Alien: Romulus, que estreia nesta quinta-feira (15) nos cinemas brasileiros, acompanha um grupo de jovens colonizadores espaciais que decidem explorar uma estação abandonada. O que era para ser uma missão simples logo vira uma luta pela sobrevivência quando eles ficam presos com xenomorfos, criaturas até então desconhecidas e extremamente mortais.

O 7º capítulo da franquia propõe resgatar o terror presente no primeiro filme, algo que atinge de maneira fracionada, muito por sua inicial pressa. Se Alien – o 8° passageiro gastava quase uma hora de sua duração apenas estabelecendo o cenário e seus personagens, Alien: Romulus espera que o público consiga ligar as peças enquanto inicia sua missão.

A decisão acaba gerando informações jogadas, decisões precipitadas e até mesmo uma dificuldade em adentrar na ação, já que divide a atenção. Por outro lado, se o longa consegue fazer isso funcionar, é por conta dos personagens.

Repetindo brilhantemente o feito do original, o novo filme aposta em um grupo pequeno de personagens que têm uma relação próxima e sem nenhum conhecimento das criaturas. É extremamente fácil se afeiçoar por todos os integrantes da missão, o que faz com que o público realmente tema por eles e sinta quando algo de ruim acontece.

Ao apostar no maior, seja em escala ou em quantidade de seres, o filme tropeça algumas vezes, principalmente com jumpscares completamente desnecessários, mas também com personagens por vezes superando quase que instantaneamente as situações traumáticas pelas quais passaram. Mas, quando decide deixar de lado o susto e adentrar no medo, Alien: Romulus cresce e não para até petrificar seu espectador.

O diretor Fede Alvarez mostra mais uma vez que é um dos grandes nomes do terror. Aqui, ele sabe como brincar com os elementos já estabelecidos pela franquia, dando novas perspectivas que funcionam perfeitamente graças a coerência que constrói no roteiro, assinado ao lado de Rodo Sayagues.

Se sua direção já brilhava no antigo, ela fica excepcional no novo. Alvarez arrisca, mas acerta em cheio nos novos elementos que adiciona ao universo. Sabendo lidar com o horror, o diretor cria um terceiro ato completamente desesperador e angustiante, adicionando uma surpresa capaz de dar pesadelos.

Por fim, o elenco acompanha muito bem a grandeza e a progressão do projeto, com destaque para Cailee Spaeny, que com sua protagonista, Rain, dá orgulho à Ripley de Sigourney Weaver.

Apesar de seus iniciais defeitos, Alien: Romulus traz um frescor à franquia e estabelece um novo nível de qualidade para os eventuais novos capítulos. Alien- o 8° passageiro é um clássico inigualável, mas com seu terror, tensão, personagens e novidades, o novo filme chega – e muito – perto.

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