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Maduro enfrenta nova crise de legitimidade pós-eleição: o que é diferente agora?

Oposição garante que as atas que conseguiram obter provam que Edmundo González Urrutia venceu a eleição para presidente

Eleições questionadas, duas pessoas se proclamando presidente, protestos em massa pelas ruas. Grande parte do que vem acontecendo nos últimos dias na Venezuela relembra a crise vivida pelo país em 2019, quando Nicolás Maduro assumiu seu segundo mandato presidencial.

“Este filme nós já vimos e já sabemos como termina”, afirmou Maduro na terça-feira (30/07), em discurso aos seus seguidores. Ele comparou as duas situações e indicou que, como ocorreu da outra vez, também irá chegar à vitória.

Mas, além das aparentes semelhanças, analistas consideram que os resultados das eleições presidenciais venezuelanas do último dia 28 de julho deixaram o governo em uma posição pior do que estava antes da votação.

E, paradoxalmente, o governo agora corre o risco de perder definitivamente a legitimidade internacional que tentava recuperar durante as eleições.

O presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, declarou que 80% das atas haviam sido apuradas e os resultados eram “irreversíveis”, apontando Maduro como vencedor.

A oposição denunciou que o CNE dificultou o fornecimento de cópias das atas de votação, espécie de boletim de urna, aos seus fiscais, como determina a lei.

E que os números de Amoroso contradizem os dados das atas em posse da oposição, bem como os resultados das pesquisas independentes de boca de urna e das contagens rápidas realizadas no dia das eleições.

Desde então, cresceu a pressão, tanto interna quanto externa, para o CNE publicar os resultados completos e detalhados das eleições, para poderem ser auditados.

Na sexta-feira (2/8), o órgão eleitoral atualizou os resultados da eleição presidencial, reafirmando Maduro como vencedor, mas não apresentou as atas eleitorais.

Amoroso explicou que a demora na atualização dos resultados foi causada por “ataques informáticos massivos de várias partes do mundo”, que “retardaram a transmissão das atas e o processo de divulgação dos resultados”.

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