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Entenda a crise deflagrada após tentativa de golpe na Bolívia

Tentativa de golpe na Bolívia surge em um momento de disputa interna entre o atual presidente, Luis Arce, e o ex-líder boliviano Evo Morales

A Bolívia estremeceu, nessa quarta-feira, (26), após o ex-comandante do Exército, general Juan José Zúñiga, anunciar um golpe de Estado no país. O militar chegou ao Palacio Quemado, sede do Executivo local, em um veículo de guerra. Liderando um grupo de soldados, ele exigiu uma mudança nos rumos do governo da Bolívia.

Minutos antes, a movimentação militar foi denunciada pelo presidente do país, Luis Arce, e pelo ex-presidente Evo Morales.

“Gesta-se o golpe de Estado”, escreveu Morales em seu perfil no X, antigo Twitter. “Neste momento, pessoal das Forças Armadas e tanques se mobilizam na Praça Murillo”, disse o ex-presidente da Bolívia entre 2006 e 2019 em publicação com um vídeo que mostra soldados se movendo na capital La Paz.

General destituído

Antes de tentar mudar o poder na Bolívia, o general Zúñiga atacou Evo Morales publicamente após ser acusado de tramar um plano contra a vida do ex-presidente boliviano e de outras lideranças políticas.

Em entrevista, o militar classificou Evo Morales como “mitomaníaco”, “demagogo”, “mau boliviano” e ainda afirmou que prenderia o ex-presidente caso ele fosse eleito novamente.

Em resposta, Morales disse que ameaças como as feitas pelo general nunca acontecem em democracia, e que se não fossem desmentidas por autoridades seria uma prova clara de que “estão realmente organizando um autogolpe”.

Apesar de a mídia boliviana noticiar a remoção de Zúñiga do cargo, o general afirmou que continuaria no comando do Exército.

“Amanhã irei bem cedo. Tenho muitas atividades para fazer e com certeza os níveis superiores decidirão sobre a minha situação”, disse Zúñiga. “Sou um soldado do país e obedecemos fielmente às ordens superiores”.

Arce resiste mas é acuado

Além de convocar a população a resistir a tentativa de golpe, Luis Arce chegou a confrontar Zúñiga. Em um registro, o atual presidente boliviano foi visto dando a ordem para que o general se retirasse do palácio presidencial junto das tropas que liderada. Além disso, o chefe de Estado agiu de forma rápida e trocou todo o comando das Forças Armadas da Bolívia.

José Wilson Sánchez Velásquez substituiu Zúñiga, e em sua primeira fala como novo comandante do Exército ordenou que soldados saíssem das ruas e voltassem para os quartéis. Pouco tempo depois, militares que cercavam o Palacio Quemado recuaram foram embora do local.

Zúñiga foi preso pela policia boliviana horas depois, e acusou Luis Arce de orquestrar a tentativa de golpe com o objetivo de aumentar a popularidade do governo em meio à proximidade das presidenciais de 2025.

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