Após enchentes, Detran do RS está preocupado com abandono de carros “irrecuperáveis”
Veículos deixados nas ruas podem ser um risco tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana
Com as enchentes causadas pelas chuvas que atingiram o estado do Rio Grande do Sul desde o final de abril, muitos veículos do estado gaúcho tiveram perda total.
Agora que as águas recuaram e o destino desses veículos se tornou uma preocupação para o Detran, visto que o abandono de automóveis impacta o meio ambiente e a saúde pública. Assim, é necessário a baixa nos veículos irrecuperáveis para que estes sejam encaminhados ao desmonte e reciclagem.
Os veículos que possuem seguro, a destinação destes será providenciado pelas seguradoras, assim que o dono a acionar. Com relação aos que não são segurados, é necessário que o proprietário realize a baixa antes dos automóveis para serem destinados ao desmonte e reciclagem.
A baixa também é importante para que os veículos não continuem gerando custos e outras obrigações legais. Essa etapa se trata da comunicação ao Detran de que o veículo deixou de existir legalmente.
No Rio Grande do Sul, o Detran possui cerca de 420 Centros de Desmanches de Veículos (CDVs). Nesses centros, antes da descontaminação e do desmonte das peças, há a compra da sucata, sob avaliação. Nesta fase, as peças reutilizáveis são retiradas para comercialização, enquanto as não reutilizáveis são levadas para uma empresa de reciclagem.
Riscos
Os veículos deixados nas ruas podem ser um risco tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana, por carregarem metais e químicos.
O biólogo e servidor do Detran do Rio Grande do Sul, Denílson Almeida, explica sobre a situação, alertando para outros problemas que podem ser gerados, como a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre amarela urbana.
“Uma sucata abandonada contamina o solo e a água com seus diversos fluidos, como óleos e combustíveis. As baterias possuem no seu interior metais pesados extremamente nocivos ao meio ambiente e à saúde humana. Os veículos abandonados acabam virando foco de insetos como o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre amarela urbana. Também servem como abrigo de roedores, cobras e outros animais peçonhentos”, afirma.