Professor amapaense distribui marmitas para alimentar desabrigados pela chuva no Rio Grande do Sul
Por: Núbia Pacheco
O momento difícil pelo qual os moradores do Rio Grande do Sul passam após a tragédia no final do mês passado, criou uma verdadeira rede de apoio em todo o Brasil. E é em momentos como estes, que pessoas de bom coração fazem a diferença e ajudam a salvar vidas.
O “bom samaritano” que chamou atenção pela sua corajosa iniciativa de ajudar as pessoas a se alimentarem se chama Washington Hugo Lauret Neres, de 38 anos. Ele residiu por cerca de 20 anos em Porto Grande, distante 106 quilômetros da capital do Amapá. Em 2022, Washington passou no concurso público da Educação do Rio Grande do Sul, onde leciona matemática.
A escola onde Washington trabalha está submersa e sem expediente. Já a casa dele não foi atingida pela enchente. Com tempo livre e sem ter ficado desabrigado, o professor resolveu aproveitar as condições para ajudar quem não teve a mesma sorte.
“Comecei essa distribuição de alimentos através de um amigo que me convidou para fazer a distribuição de uma sopa na sexta feira, dia 3. Já tinha alagado muita coisa e tinha muita gente na rua, estava só começando. Na sexta-feira após distribuir uma sopa, a gente já resolveu fazer uma janta para o outro dia. Eu postei e a gente começou a ganhar ajuda”, contou.
O professor relata que logo após compartilhar na internet, foi criado um grupo de voluntários, que hoje conta com 17 pessoas no total. Com o passar dos dias, o número de doações foi aumentando e assim foi possível distribuir as marmitas para mais pessoas.
As doações chegam em PIXs de amigos, professores, alunos e dos conterrâneos de Washington, que moram em Porto Grande.
“A gente começou com pouca marmita. A gente entregou por volta de 60 vasilhas de sopa na sexta-feira. No sábado, no almoço, entregamos 80 marmitas. Já no domingo a gente fez em torno de 200 marmitas e na segunda-feira a gente já começou a fazer almoço e janta”, detalhou.
Dia após dia, os voluntários vão aprimorando o serviço. Atualmente, o grupo entrega cerca de 250 marmitas no almoço e outras 250 na janta. O foco é atender principalmente pessoas que moram em áreas de difícil acesso, em vulnerabilidade social e onde não chegam políticas públicas.
Tem prioridade a distribuição de alimentos, mas o grupo também recebe doação de fraldas descartáveis, roupas, cobertor, produtos de higiene pessoal e ração para os animais que se perderam dos donos.
O professor conta que já tem agendado para os próximos dias a entrega não só de marmitas, mas também de café da manhã, lanches e de kits com guloseimas para as crianças. A previsão é conseguir entregar entre 400 e 450 marmitas na noite desta sexta-feira (10) para o jantar.
Com o aumento do número de doações, a tristeza de não poder atender a todos que pedem por um prato de comida, vai dando lugar para mais esperança em dias melhores. Interessados em ajudar nesta corrente do bem podem enviar contribuição pelo PIX (CPF) 88310507291