Brasil

Depois de quase 60 anos, Brasil se declara livre da febre aftosa e encerra vacinação

Autodeclaração brasileira pretende alcançar reconhecimento internacional e expandir mercados da carne produzida no país

O vice-presidente Geraldo Alckmin – (PSB), e o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declararam -o fim da vacinação contra a febre aftosa em todo o Brasil. O anúncio ocorre 59 anos depois do início das campanhas de imunização contra a doença em rebanhos, em 1965.

A autodeclaração brasileira pretende alcançar o reconhecimento internacional de país livre da doença sem vacinação.

A identificação é feita pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). O último caso da infecção no Brasil foi registrado em 2006.

A meta do Executivo é obter a declaração até 2026, como parte do Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa. O fim da vacinação em animais bovinos, bubalinos (búfalos), ovinos, caprinos e suínos passa a valer nesta quinta (2). Segundo Fávaro, o status de país livre da doença sem vacinação vai permitir a abertura de mercados agropecuários.

“Não é o fim de um processo, mas, sim, o início de outro. O Brasil troca de patamar, para um grupo de elite sanitária mundial. É muito mais difícil se manter nessa elite retirando a vacina, [porque] ficamos mais vulneráveis, mas, com dedicação, vamos atingir mercados muito exigentes e muito remuneradores. Vamos poder vender [por exemplo] para o Japão e a Coreia do Sul, que são mais remuneradores e poucos países podem acessar. É um dia de transição, mas de muita comemoração”, declarou o ministro.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, cerca de 244 milhões de bovinos e bubalinos em aproximadamente 3,2 milhões de propriedades deixarão de ser vacinados contra a doença, o que vai representar redução de mais de R$ 500 milhões.

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