População carcerária aumenta 21% em 7 anos no país e termina 2023 com mais de 852 mil pessoas
Sistema Nacional de Informações Penais considera quem está em regime fechado, semiaberto ou que esperam decisão judicial
A população carcerária brasileira cresceu 21% entre 2017 e 2023, segundo dados do Sistema Nacional de Informações Penais. No final do ano passado, mais de 852 mil pessoas cumpriam penas ou aguardavam decisão judicial, contra as 704.245 registradas há sete anos.
O sistema é mantido pela Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) e mostra que 650.822 indivíduos estão em celas físicas e 201.188 estão em prisão domiciliar, com ou sem o monitoramento eletrônico. A maioria da população é formada por homens negros, de 35 a 45 anos.
No final do ano passado:
• mais de 183 mil pessoas cumpriam pena por tráfico de drogas;
• cerca de 116 mil pessoas cumpriam pena por roubo qualificado (forma mais grave do crime, quando há violência, agressão ou ameaça); e
• 62,9 mil pessoas cumpriam pena por roubo simples.
Outros crimes ligados a estes delitos também figuram nas primeiras posições do ranking, como associação ao tráfico, furto qualificado, receptação, posse de arma de fogo.
A maioria dos indivíduos cumpria pena de 8 a 15 anos no final de 2023. Os dados também identificam que mais de 18 mil pessoas estão cumprindo 30 a 50 anos; 6 mil com sentenças de 50 a 100 anos; e 1.741 estão com penas maiores de 100 anos.
Um preso que se encaixa no último grupo é o chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, que cumpre uma sentença de mais de 300 anos por diversos crimes.
A maioria da população carcerária não concluiu o ensino fundamental. As informações coletadas também apontam que 17.696 pessoas não sabem ler ou escrever. Porém, cerca de 124.284 fazem cursos para completar a educação básica, ou seja, a alfabetização até o ensino médio.