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Família desconfia que corpo sepultado não é de professor e cadáver é exumado a pedido do MP/AP

Ministério Público do Amapá (MP/AP) ingressou com pedido de exumação do cadáver que foi sepultado como sendo do professor e advogado Josué Baia, de 46 anos.

Elden Carlos / Editor

A Polícia Científica do Amapá (PCA) exumou, na segunda-feira (25), o corpo que foi sepultado como sendo do professor e advogado Josué Marques Baia, de 46 anos, cujos restos mortais foram encontrados em uma área de mata no bairro Santa Rita, Zona Sul de Macapá, no dia 3 de outubro de 2022. O professor foi visto pela última vez na noite de 26 de agosto daquele ano, depois de ter estacionado o carro em frente à casa da irmã dele, no bairro Congós.

Câmeras de segurança gravaram o momento em que ele deixa o veículo, trava as portas e segue caminhando em direção à rua Claudomiro Moraes. Após mais de um mês de buscas o corpo, que seria do professor, foi localizado em estado avançadíssimo de putrefação. Há época o reconhecimento teria sido feito apenas pela esposa do professor, sem a presença da família. Vários questionamentos foram levantados pela mãe e familiares da vítima.

O Ministério Público do Amapá (MP/AP) foi acionado pela família e a 2ª Vara do Tribunal do Júri ingressou com o pedido da exumação. A investigação foi conduzida pela Delegacia Especializada em Crimes Contra Pessoa (Decipe). O reconhecimento também teria sido confirmado por meio da arcada dentária

Segundo o órgão ministerial, que confirmou a exumação nesta quarta-feira (27), um auto, encaminhado pelo delegado Paulo Roberto Moraes à 2ª Promotoria do Tribunal do Júri, comunicou arquivamento do Inquérito Policial por não haver indícios de óbito decorrente de homicídio, e, sim, morte natural.

Ainda de acordo com o Ministério Público, uma irmã do professor – que acionou A promotoria, relatou, conforme certidão, que a família foi impedida de fazer o reconhecimento, mesmo com a presença da mãe da vítima na Polícia Técnica, disposta a fazer o teste de DNA. Declarou ainda que as vestimentas encontradas junto ao cadáver não pertenciam à vítima, e que seus dentes tinham um afastamento, a coloração amarelada, e não eram iguais aos do cadáver encontrado. Relatou, também, duas tentativas de arrombamento do túmulo onde o corpo se encontra, fatos registrados em boletim de ocorrência e em imagens.

“Para o MP-AP, o pedido de exumação justifica-se uma vez que, após os fatos relatados, permanece dúvida razoável acerca da pessoa sepultada, o que demanda a necessidade de exames complementares, a fim de confirmar a real identidade do cadáver. A decisão atende a resolução 243/2021 do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que garante o direito das vítimas diretas e indiretas, de ter acesso à informação dos autos de investigação e do processo penal, bem como de participação na produção de provas”, disse em nota o órgão ministerial.

A médica perita, Tatiana Torrinha, informou que o exame comparativo de DNA será realizado com a coleta de material da mãe de Josué Baia, no Laboratório da Polícia Científica.

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