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Juíza homologa prisão e policial penal é transferido para Centro de Custódia no Amapá

O policial penal Arleson Vales, de 24 anos, é investigado por suposto envolvimento com organizações criminosas e por facilitar a entrada de armas, drogas e celulares no Iapen

Elden Carlos / Editor

A juíza Sara Gabriele Zolandek, no plantão do Fórum de Macapá, homologou no final da tarde de sexta-feira (16), durante audiência de custódia, a prisão preventiva do policial penal Arleson Vales de Moraes, de 36 anos. Ele é investigado por suposto envolvimento com uma organização criminosa e por repassar materiais ilícitos como aparelhos celulares, drogas e armas para dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

Arleson foi alvo de um mandado de prisão expedido durante a operação ‘Operação Muros’, deflagra na sexta-feira e que cumpriu ainda três mandados de busca e apreensão. Outros dois policiais penais também são investigados no mesmo inquérito. A audiência de custódia serve para que o magistrado, entre outros pontos, verifique a regularidade da prisão. Em seu despacho a juíza Zolandek descreveu:

“Não há elementos que permitam concluir ter havido tortura ou maus tratos ou ainda descumprimento dos direitos constitucionais assegurados ao preso. Dessa forma, façam os autos conclusos no primeiro dia útil ao magistrado da Vara para ciência e deliberações. No mais, encaminhe-se o custodiado ao Iapen, devendo ser colocado em cela apropriada, face sua profissão de Policial Penal”, destacou.

  • Operação

A Operação Muros foi comandada pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) em conjunto com policiais da Divisão de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) e policiais penais. O delegado Ismael Lucas Nascimento coordenou o cumprimento do mandado de prisão.

O titular da pasta, secretário José Neto, disse que as investigações iniciaram no ano passado quando a movimentação do policial penal, que já coordenou a Central de Monitoramento Eletrônico (CME) do Iapen, passou a ser monitorada.

“Vale ressaltar que os identificados pelas investigações fazem parte de um grupo pequeno, a grande maioria dos policiais penais estão, de fato, empenhados em fazer a segurança pública eficaz para impedir que esses ilícitos ingressem no sistema”, pontuou José Neto.

  • Investigação

As investigações ganharam maior robustez a partir de um vídeo gravado por câmeras de segurança do Iapen. A ação, revelada nesta sexta-feira (16), teria sido gravada no mês de janeiro deste ano. Arleson – durante a troca de plantão – sobe na passarela de concreto para ‘vistoriar’ a área.

As imagens flagram o policial penal caminhando pela passarela até a área que dá acesso ao Pavilhão F3, onde ficam os presos já condenados. É possível ver o momento em que um preso se aproxima da muralha e o policial penal desce uma sacola através de uma corda. Depois, o interno entra no pavilhão com o objeto.

Os outros dois policiais abordados durante a operação são investigados por crime de omissão de agente público, ou seja, quando, no exercício da função, não comunica à chefia imediata a ocorrência de qualquer crime de ação pública ao qual teve conhecimento. No caso, se tornando contundente com a prática criminal.

O diretor do Iapen, Luiz Carlos Gomes informou que os envolvidos, além das prerrogativas judiciais, enfrentarão as medidas administrativas, sendo afastados de seus postos. O agente preso foi levado para o Centro de Custódia do Iapen.

“O agente que foi preso integrava a guarda externa nas guaritas e muralhas. Os dois outros suspeitos que foram alvos de busca e apreensão na residência foram ouvidos e liberados, mas estão com medida cautelar de afastamento das unidades prisionais onde trabalhavam. Eles desenvolviam atividades no ‘cadeião’ e serão relocados para outras unidades. Lembrando que todos os celulares dos investigados foram apreendidos, com ordem judicial para futuras investigações”, informou Gomes.

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