Política Nacional

Ano eleitoral e Congresso dificultam déficit zero buscado por Haddad

Entre os inimigos da meta de déficit zero estão integrantes do próprio PT, partido do ministro da Fazenda, Fernando Haddad

Apesar de um cenário cada vez mais desafiador, e diante de um déficit primário de R$ 230,5 bilhões registrado em 2023, o governo federal segue perseguindo um déficit fiscal zero para 2024. Maior advogado da meta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisará conciliar o compromisso fiscal de reequilíbrio das contas públicas com o ano eleitoral, que costuma ser recheado de pedidos de mais gastos, além de enfrentar uma disputa pelo controle do Orçamento federal.

Na última segunda-feira (5/2), em sessão no plenário da Câmara, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), mostrou que não pretende facilitar a vida do governo este anos e fez um discurso com cobranças ao ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação política, e ao governo federal como um todo, com tom ameaçador em relação ao controle do Orçamento federal.

Lira disse que o orçamento é de todos e não é – nem pode ser – de autoria apenas do Poder Executivo. “Não admitimos que sejamos criticados por isso. Quanto mais intervenções o Congresso fizer ao orçamento, mais o Brasil será ouvido”, argumentou.

Buscando evitar o embate público, Haddad frisou, nesta semana, que o resultado primário não vem “por passe de mágica” e depende de vários setores, entre eles, a apreciação de medidas que o governo mandou para o Congresso.

Neste segundo ano do terceiro mandato de Lula (PT), que é ano eleitoral, a oposição almeja conquistar prefeituras e vagas em Câmaras Municipais e ameaçar o petismo, já de olho nas eleições gerais de 2026. Como de praxe, as eleições municipais deverão interferir nos trabalhos do Congresso e, assim que a campanha for oficialmente iniciada, em agosto, as votações serão impactadas.

Até outubro, parlamentares que pretendem se candidatar a prefeituras ou apoiar candidatos em seus redutos eleitorais deverão ficar mais tempo ausentes de Brasília, esvaziando os plenários da Câmara e do Senado.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo