Mundo

Brasil se torna atrativo aos investimentos estrangeiros com China em desaceleração, dizem especialistas

Movimento deve se manter no médio prazo enquanto país asiático enfrenta deflação, crise imobiliária e fraqueza no mercado de trabalho

A recente perda de fôlego da China e as previsões pouco otimistas para o país asiático tornam o Brasil alvo de investidores estrangeiros entre os emergentes. Segundo a gestora de fundos Equus Capital, esse fluxo de capital estrangeiro deve se manter ao menos no médio prazo à medida que as expectativas continuam reduzidas para o gigante asiático.

Recentemente, Pequim informou que irá fortalecer medidas que contribuam na estabilidade da confiança no mercado. A afirmação vem em um momento no qual o país se vê imerso em uma série de problemas econômicos, como crise imobiliária, deflação, recorde de desemprego juvenil e envelhecimento da população.

Mesmo que em 2023 o Produto Interno Bruto (PIB) da China tenha crescido 5,2% – dentro das projeções, mas ainda abaixo da média ao longo dos últimos 10 anos – o Banco Mundial prevê que em 2024 ocorra a expansão mais lenta já vista em três décadas, com uma desaceleração da economia chinesa para 4,5%.

Além disso, espera-se uma diminuição do crescimento ainda mais acentuada em 2025, diante de uma soma de empecilhos que inclui restrições nos investimentos, cenário demográfico e dificuldade de recuperar a produtividade, segundo o relatório Global Economic Prospects divulgado pelo Banco Mundial em janeiro.

Isso faz com que os consumidores sejam dissuadidos de gastar e que as empresas não se vejam tão motivadas a contratar e investir – ações que podem impactar o país a longo prazo. O cenário desafiador já está dando sinais com as ações chineses enfrentando o pior início desde 2016.

Já em novembro de 2023, o indicador de Investimento Estrangeiro Direto (IED) da China ficou negativo pela primeira vez desde 1998, com uma queda de 8% ante 2022, informou o Ministério do Comércio do país.

Análise foi feita por Felipe Vasconcellos, sócio da gestora de fundos, afirma que o Brasil pode ser visto como “bola da vez” no cenário global ao se tornar um lugar mais atrativo para os investidores internacionais, à medida que a economia da China perde fôlego.

Direcionado aos setores de serviço, manufatura e recursos naturais, o país tem se destacado absorvendo 41% do total de investimentos estrangeiros na região, um crescimento de 97%, aponta análise da gestora com dados dos fluxos de investimento estrangeiro na América Latina em 2023.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo