Agronegócio tem muito a ensinar e outro tanto a corrigir
Novas tecnologias e investimentos aumentam renda para poucos produtores rurais
O agronegócio brasileiro produz muito. Não só para o mercado interno, como exporta carnes, café, açúcar, suco de laranja, frutas, soja, milho, etc. E como vende hoje para mais de 150 países, o agronegócio contribui para levar o Brasil, como se vê, a merecido destaque na economia global.
Do início dos anos 1990 para cá, a área plantada com grãos no Brasil dobrou de tamanho e a produção aumentou cinco vezes, saindo de 58 milhões de toneladas em 1990 para 311 milhões em 2023. Cresceu e evoluiu.
O agronegócio brasileiro evoluiu com investimentos em tecnologia, automação e inovação e em pesquisas nas áreas de biotecnologia e clima, fundamentais para melhoria da produtividade no campo. E aprimora a gestão nas fazendas.
A automação avançou. O aumento da potência das máquinas, adicionada a engenharia de precisão nos equipamentos, trouxe ganhos operacionais nas fazendas, reduzindo a proporção de máquinas por hectare no campo.
Entre 1990 e 2022, enquanto a área plantada com grãos duplicou, a frota de máquinas usadas no campo cresceu apenas 23% (aumento de 572 para mais de 701 mil). Contas feitas, se nos anos 90 as fazendas usavam 15 máquinas para cada 1.000 hectares, hoje usam pouco mais de 9 – 85% são tratores de roda.
Novas tecnologias? De 2009 para cá estima-se aporte de US$ 325 milhões em 160 startups voltadas para o agronegócio. Atualmente estima-se mais de 360 dessas agtechs atuando no Brasil, 35% delas desenvolvendo especificamente softwares de gestão da produção agropecuária, uso de internet das coisas e análise de big data para o campo.
Além disso, pesquisas agropecuárias em biotecnologia e clima impulsionaram a produtividade e a eficiência na agricultura e na pecuária. Fora centros de pesquisas estaduais e alguns privados, os produtores brasileiros dispõem de 43 centros de pesquisa da Embrapa, 37 deles com nada menos que 20 anos de atuação. Investimento alto.