Congresso incomodado, viagens pelo Brasil e um ano do 8/1: o retorno de Lula do recesso
Presidente retoma agendas em Brasília a partir desta quinta-feira (4)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve desembarcar em Brasília nesta quinta-feira (4) depois de passar o Réveillon na Restinga de Marambaia, no Rio de Janeiro, e começa o ano com a tarefa de reavaliar sua relação com o Congresso Nacional e melhorar a articulação política do governo.
Enquanto tenta recalibrar a relação com deputados e, principalmente, senadores, o presidente investirá em viagens pelo Brasil com o objetivo de reforçar palanques municipais e vitrines eleitorais, como o Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida.
Lula passou o equivalente a dois meses em viagens ao exterior no ano passado. O presidente somou, contando com o tempo gasto para deslocamento, 64 dias em atividades no exterior. Ao todo, cumpriu agenda oficial em 23 países, incluindo Argentina, Estados Unidos, Alemanha, Emirados Árabes e Japão.
Para este ano, Lula já avisou a assessores que pretende focar mais na agenda interna, com viagens dentro do país. As viagens ao exterior foram citadas, em levantamentos de popularidade recentes, como uma das críticas feitas ao presidente em seu primeiro ano do terceiro mandato.
- 1 ano do 8 de janeiro
A agenda de Lula em Brasília segue indefinida enquanto o presidente e seus auxiliares planejam os primeiros compromissos na capital federal. Na segunda-feira (8), o presidente participa, no Congresso, da cerimônia de um ano dos atos criminosos e golpistas do 8 de janeiro de 2023.
O evento contará com a presença de ministros do governo, do Supremo Tribunal Federal, de governadores e prefeitos e dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
- Relação com o Congresso
Durante o recesso de final de ano, parlamentares ficaram contrariados com decisões tomadas pelo governo, como a decisão do presidente de vetar dispositivos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que davam mais poder ao Congresso e a edição de uma medida provisória que trata da reoneração da folha de pagamento.
O presidente vetou, entre outros trechos da LDO, o uso dos recursos do Fundeb para pagar despesas de transporte, alimentação e fornecimento de uniforme e kit escolares. Também a reserva de no mínimo 30% de recursos de programas como o Minha Casa, Minha Vida para cidades com até 50 mil habitantes.