Até novembro de 2023, Amapá registrou mais de mil casos de dengue
Os dados do são do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde (MS)
A incidência global de dengue escalonou nas últimas décadas, e quase metade da população mundial poderá contraí-la, conforme alerta a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). No Brasil, segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde (MS), o ano de 2023 já soma mais 1,6 milhão de casos prováveis de dengue e 24.109 casos de dengue grave e dengue com sinais de alarme. No Amapá, o documento aponta que até novembro já foram registrados 1082 casos.
O período de dezembro a meados de maio é marcado por chuvas, o que favorece a formação de criadouros do mosquito. A docente de Biomedicina da Estácio, Alexandra Gazzoni, é doutora em Microbiologia e Bacteriologia, destaca que a vulnerabilidade hídrica e a falta de saneamento básico são fatores de risco para o desenvolvimento do Aedes aegypti, uma vez que os reservatórios de armazenamento de água tornam-se criadouros do mosquito.
“Os ovos depositados pelas fêmeas do mosquito Aedes aegypti podem resistir fora da água por até mais de 400 dias. É imprescindível não acumular água parada, lavar pratos de plantas, descartar corretamente objetos que acumulam água, como pneus, manter calhas e quintais limpos e a caixa d’água fechada”, orienta.
Os primeiros sintomas da dengue – febre, mal-estar, dor muscular, dor de cabeça, manchas vermelhas pelo corpo – são semelhantes aos da febre Chikungunya e do vírus Zika que, de acordo com o painel, tiveram o registro de 20 e 16 casos respectivamente no Amapá.
“A dengue é caracterizada por febre acima de 38°C, dor de cabeça, fraqueza, dor muscular e nas articulações, dor atrás dos olhos, machas vermelhas na pele e, em alguns casos, diarreia. Os quadros graves podem causar hemorragia e levar a óbito. Na Chikungunya, o paciente tem febre acima de 38,5°C, dor muscular e nas articulações – que pode ser tornar crônica –, manchas vermelhas na pele, dor de cabeça, fraqueza. E na infecção por Zika, os sinais mais presentes são temperatura abaixo de 38,5°C, ou até mesmo sem febre, conjuntivite, dor muscular e nas articulações, dor de cabeça, fraqueza, manchas vermelhas e coceira pelo corpo e aumento dos linfonodos. A Zika pode acarretar complicações neurológicas (síndrome de Guillain Barré) e anormalidades em fetos e recém-nascidos, como a microcefalia”, descreve a biomédica.
Alexandra Gazzoni explica que o tratamento das arboviroses consiste em hidratação e medicamentos para alívio dos sintomas, prescritos somente pelo médico, mas para quadros graves poderá ser necessária a hospitalização. A especialista acrescenta a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da vacina da dengue contra os quatro sorotipos da doença. “No entanto, o imunizante deverá estar disponível no SUS em meados de 2024”, finaliza.