Como as Forças de Segurança se preparam para lidar com ações criminosas em bando, através de simulações realistas?
Luciane Alves / Da Redação
A simulação da polícia contra o novo cangaço tem sido uma estratégia fundamental no combate às ações criminosas dessa modalidade de crime. Com base em técnicas de treinamento avançadas e inteligência policial, as forças de segurança têm buscado recriar cenários realistas para simular situações de confronto com grupos envolvidos nesse tipo de atividade criminosa.
Foi exatamente isso que aconteceu na ação, realizada pelo Polícia Militar do Amapá através do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que com o apoio de suas companhias, simulou um assalto à sede de uma empresa de transporte de valores, localizada na avenida Raimundo Álvares da Costa, no bairro Santa Rita. A população do entorno foi informada nos dias anteriores, que o espaço seria utilizado para um treinamento.
O construtor civil Orias Nascimento aprovou a ação da polícia. Para ele, esse é o momento de a população analisar o caso, para saber como agir:
“Eu moro aqui há algum tempo e nunca vi uma ação como essa, eu acho muito importante termos esse tipo de simulação, até para que a gente consiga ao menos imaginar o que pode ser feito, se isso acontecer de fato”, falou.
Já o morador Welson Medeiros, que trabalha em uma empresa de Alimentação Industrial, destacou que com essa simulação, os militares estarão preparados ainda mais para qualquer tipo de ocorrência:
“Eu me sinto ainda mais protegido pela Polícia Militar, acompanhando de casa essa movimentação, a gente observa a entrega de todos os participantes. Tudo parece muito real”, finalizou o morador.
A simulação executou uma pronta resposta contra-ataques, que são planejados e organizados a pontos onde há grandes quantias. Remete-se ao movimento dos cangaceiros que surgiu no sertão nordestino no final do século 19 e início do século 20.
Entre as décadas de 1920 e 1930, atuou o líder do bando de cangaço mais famoso no imaginário popular: Virgulino Ferreira da Silva, o “Lampião”. Nas práticas atuais, o que tem de cangaceiro é a estratégia de atacar cidades pequenas e atacar a polícia para cometer roubos. Por outro lado, as ações recentes não carregam objetivos de cunho social, que foram atribuídos aos atos do cangaço anteriormente.
Ao simular situações de risco, a polícia consegue testar diferentes abordagens e estratégias, identificando pontos fortes e fracos em suas operações. Isso possibilita o ajuste e o aperfeiçoamento contínuo das táticas empregadas, tornando as forças de segurança mais preparadas para enfrentar os criminosos.
Para o comandante em exercício do Batalhão de Operações Especiais, major Wilkson Santana, com essa simulação, foi possível a corporação, juntamente com outras forças da Segurança Pública, pontuar possíveis ações, alinhar algumas medidas para que o combate à criminalidade seja amplo em todas os momentos de tensão:
“Hoje nós tiramos apenas 7 minutos da base do Comando Geral, que fica no bairro Beirol até o Santa Rita, em um horário de “pico”, isso é muito bom. Quando chegamos aqui, conseguimos empregar nossas técnicas, e obter êxito na ação. Esse resultado prova, que estamos no caminho certo no combate a esse novo tipo de quadrilha, que aterroriza a população de bem”, destacou o comandante.
No treinamento houve policiais caracterizados como criminosos e disparos de bala de festim com utilização de armas e explosões. Após os assaltantes terem fechado os pontos principais da avenida, colocando fogos em pneus, invadido a transportadora de valores e feito funcionários e a população reféns, uma pessoa foi feita de escudo humano no veículo principal dos ladrões. O bando se evadiu para uma área de difícil acesso, localizada no final da avenida Fab. Lá, o cerco foi formado por uma das equipes da PM, treinada exatamente, para atuar em áreas de matagal, a captura dos criminosos foi feita sob aplausos da população.
É importante ressaltar que as simulações não substituem a experiência real e o treinamento contínuo das equipes policiais, mas fornecem um ambiente controlado para o desenvolvimento e o aprimoramento das habilidades necessárias no combate ao novo cangaço. Com o uso adequado dessas técnicas, a polícia do amapá busca aumentar sua efetividade na prevenção e repressão a esse tipo de crime, garantindo a segurança da população e a manutenção da ordem pública.