Produção segue em alta desde 2019 devido aos bons preços da arroba e do bezerro vivo, mostra estudo do IBGE
O rebanho bovino no Brasil cresceu pelo quarto ano seguido e alcançou um recorde de 234,4 milhões de animais em 2022, uma alta de 4,3% em relação a 2021. Os dados são da pesquisa Produção da Pecuária Municipal, divulgada nesta quinta-feira (21) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O dado permite afirmar que o número de bois e vacas é maior do que a população brasileira, estimada em 203 milhões de habitantes, segundo o último relatório apresentado pelo próprio IBGE, com base no dia 1º de julho.
Segundo Mariana Oliveira, analista da pesquisa, a produção de bovinos vem aumentando, desde 2019, devido aos bons preços da arroba e do bezerro vivo. “Houve um processo de retenção de fêmeas para reprodução, devido aos preços mais atrativos. Ainda temos em 2022, uma consequência desse comportamento”, afirma ela.
Mariana avalia que o fim da alta dos preços ocorreu em 2022, quando foi observado também aumento no abate das fêmeas. “Com a demanda interna enfraquecida e poder de compra da população reduzido, a exportação de produtos pecuários, sobretudo as carnes, foi a alternativa adotada para o escoamento da produção”, explica.
Os plantéis de bovinos (4,3%), suínos (4,3%), bubalinos (3%), equinos (0,9%), caprinos (3,9%), ovinos (4,7%). galináceos (3,8%) e galinhas (2,4%) também avançaram ao longo do ano passado. Houve ainda recorde nas produções de mel, que cresceu 9,5%, e de ovos de galinha com alta de 1,3%.
“Com a demanda interna enfraquecida e poder de compra da população reduzido, a exportação de produtos pecuários, sobretudo as carnes, foi a alternativa adotada para o escoamento da produção. As exportações atingiram um recorde e a China consolidou-se como importante mercado para as carnes, seja ela de frangos, suínos ou bovinos”, analisa Mariana.