Alvos da operação recebiam ordens de dentro do Iapen para eliminar rivais em Santana. Briga era por territórios onde havia a comercialização de drogas
Elden Carlos / Editor
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Amapá (MP-AP), cumpriu nove mandados de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira (28) durante a operação ‘Amigo Falso’, que investiga integrantes de uma organização criminosa responsáveis pela execução de rivais no município de Santana, distante 17 quilômetros da capital, Macapá.
Segundo as informações iniciais divulgadas, as ordens para cometimentos dos crimes partiam de dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), também alvo da operação. Além do presídio estadual, as ordens judiciais foram cumpridas na comunidade do Ambrósio, Ilha de Santana e bairro Hospitalidade.
Dentro do Iapen foi localizado um buraco – escavado dentro de uma das celas – com mais de 2 metros de profundidade e onde a polícia localizou um grande volume de bebida artesanal (biricutico). Além disso, foram apreendidos aparelhos celulares e drogas.
As investigações revelam que os alvos da operação recebiam ordens de dentro da cadeia pública para eliminar rivais de outras organizações criminosas na disputa por territórios onde eram comercializadas drogas. Essa guerra acabou levando à morte várias pessoas inocentes e que não tinham ligação alguma com as facções, como é o caso da pequena Ana Júlia, de 5 anos, que foi morta com um tiro na cabeça na tarde de 15 de setembro de 2021 na Baixada do Ambrósio. A menina foi atingida durante um ataque promovido por integrantes de uma dessas facções.
Os números da operação devem ser divulgados ainda nesta sexta-feira. A operação do Gaeco contou com apoio do 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM), Batalhão Ambiental (BA), Grupo Tático Prisional (GTP), Batalhão de Operações Especiais (Bope) e Batalhão de Força Tática (BFT).