Mulher mata companheiro com uma facada; antes, suspeita havia pedido medida protetiva, mas desistiu do processo
Leidimar Lima, de 46 anos, matou com uma facada na noite de quinta-feira (25) seu companheiro, Edielson de Oliveira, de 57 anos. Casal tinha um histórico de relação conturbada e com agressões
Elden Carlos / Editor
Uma discussão conjugal terminou em assassinato na noite de quinta-feira (25) em uma residência localizada na rua Santarém, bairro Parque dos Buritis, Zona Norte de Macapá. Edielson de Oliveira Gomes, de 57 anos, morreu após ter sido esfaqueado no braço esquerdo por sua companheira, Maria Leidimar Lima Pereira, de 46 anos. O Centro Integrado em Operações da Defesa Social (Ciodes) registrou a ocorrência às 23h34.
Segundo informações iniciais colhidas no local pelo delegado Leonado Alves, da Delegacia de Homicídios, o casal teria discutido horas antes. Durante a discussão, Edielson teria deixado o imóvel e seguido para um bar. No retorno, eles tiveram um novo desentendimento dentro da residência. Após isso, o homem deixou o interior da casa já sangrando. Ele caminhou por cerca de 40 metros, se escorou em um automóvel e depois caiu no meio da rua.
Leidimar saiu gritando, pedindo por ajuda e verbalizando que não tinha intenção de esfaquear o companheiro. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou o óbito no local. A mulher fugiu em seguida.
- Relação conturbada
Vizinhos próximos ao imóvel relataram que o casal tinha uma relação conturbada, marcada por inúmeros conflitos dentro da residência.
- Denúncia
No dia 19 de outubro de 2021, Maria Leidimar procurou a Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM) para denunciar Edilson por violência doméstica. De acordo com o que consta no processo nº 0043714-17.2021.8.03.0001, relatado pelo juiz Normandes Souza, do Juizado de Violência Doméstica de Macapá, a mulher procurou a polícia após ter sido lesionada com uma taça de vidro no rosto.
A agressão ocorreu no dia 17 de outubro. Ao procurar a DECCM, Leidimar afirmou em depoimento que teve um relacionamento de cerca de 4 meses com Edielson, e que naquele exato dia eles estavam completando uma semana de separação, mas que o companheiro não aceitava o fim do relacionamento. Ela requereu medida protetiva de urgência, já que passou a sofrer ameaças de morte.
Ao conceder a medida protetiva, o magistrado descreveu em despacho que:
“Ela [Leidimar] declarou perante a autoridade policial que namorou com o requerido por 03 ou 04 meses, e que o relacionamento acabou há 02 semanas, contudo, o requerido não aceita o fim da relação, passando a perseguir e ameaçar de morte a ofendida e os filhos dela. Que o requerido lhe disse que pertence a uma facção criminosa. Que no dia 17/10/2021, o requerido agrediu fisicamente a ofendida, desferindo um golpe com uma taça no rosto dela, lhe deixando lesionada, pois ela se recusou a acompanhá-lo até a casa dele. Que não suportando mais tal situação requer as medidas protetivas de urgência. Os fatos narrados pela ofendida me convencem de que algumas medidas urgentes são necessárias para proteger a autora. De outro modo poderá resultar em ofensa ainda maior à sua dignidade e integridade física”, justifica na decisão o juiz Normandes.
- Reatando a relação conflitante
Cerca de cinco meses após a concessão da medida protetiva de urgência, Leidimar procurou novamente a justiça para pedir a extinção do processo contra o então ex-companheiro. O juiz Normandes Sousa acatou a solicitação e no despacho observou:
“A autora informou, conforme certificação eletrônica, que retomou a relação conjugal e não tem mais interesse nas medias protetivas de urgência, razão pela qual requereu o arquivamento do feito”, disse o magistrado.
O processo foi extinto e arquivado no dia 20 de março de 2022.