Operação reprime o crime organizado no Amapá e investiga esquema de ‘caixinha’ dentro de facção

Ações eram comandadas por internos do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen)
Elden Carlos / Editor
A Força Tarefa de Segurança Pública (FTSP) cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva na manhã desta sexta-feira (10), em Macapá, durante a operação ‘Caixinha’, que investiga integrantes de uma organização criminosa responsável por diversos crimes nos estados do Amapá e Pará.


Segundo a Polícia Federal (PF), a ação desta sexta-feira é um desdobramento da operação ‘Godzilla’, deflagrada em janeiro deste ano. Uma das ordens de prisão e busca e apreensão foi cumprida dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), de onde uma das lideranças da organização criminosa planejava e determinava a execução dos crimes. Os outros mandados foram cumpridos nos bairros Infraero II, Pacoval e conjunto Macapaba.

As investigações identificaram quatro lideranças diretamente envolvidas com os crimes, e que uma delas, presa no Iapen, chamada de ‘líder dos gestores’, era responsável pelo sistema financeiro que envolvia os faccionados. Esses integrantes do grupo deviam pagar, mensalmente, entre R$ 50 e R$ 100 para ‘caixinha’ da organização criminosa.

Sob ordem de liderança dentro do Iapen, os investigados que atuavam na rua, dentre eles uma mulher que tinha poder decisório, eram responsáveis por catalogar e receber os valores a título de taxa de manutenção dos membros ligados à facção bairros Infraero I, II e II e São Lázaro.
“Os valores eram cobrados de acordo com as atribuições e funções estabelecidas dentro da facção, sendo o pagamento um requisito indispensável para integrar o grupo de faccionados. Em contrapartida, era garantido aos ‘associados’ uma espécie de autorização para traficar drogas nas áreas de domínio da facção, além de receber a proteção da organização criminosa nos mais diversos assuntos relacionados à criminalidade. Os valores eram pagos em espécie a membros da organização responsáveis pela arrecadação e também feitos por transferências bancárias na modalidade pix”, disse a PF, em nota.

Os investigados, que já respondem pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e munição, furto qualificado e outros crimes similares, poderão responder pelo crime de organização criminosa. Em caso de condenação, poderão pegar uma pena de até 8 anos de prisão. Durante as buscas foi apreendido um revólver municiado e outros materiais.


Fazem parte da Força Tarefa de Segurança Pública, além da Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar (PM), Polícia Civil (PC), Iapen, Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Amapá (MP-AP).
Imagens: Divulgação/PF