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Mineração é tema de discussão na Equinócio FM (99,1)

Da Redação

Com o Amapá tendo 77% de seu território dispondo de cobertura florestal, os dois principais candidatos ao governo estadual apresentam poucas propostas concretas para a política ambiental. Por outro lado, defenderam o fortalecimento da mineração como uma das principais atividades para o desenvolvimento econômico do estado.

Em entrevista ao programa “Fogo Cruzado”, transmitido pela Rádio Equinócio FM (99,1), o professor da Unifap (Universidade Federal do Amapá), Marcelo Oliveira, destacou os avanços da mineração no Estado e projetos futuros.

“O declínio da Icomi e a entrada das outras mineradoras no Estado é um desafio conjunto. É preciso um time capacitado para entender o que é mineração e agir conforme o passo do setor. Ainda não aprendemos essa lição de agregar valores; vemos a historia se repetir continuamente. Existe um passivo social onde a saída de uma mineradora gera prejuízo ao município, estado e a demissão em massa da população local. Um exemplo é Pedra Branca do Amapari, onde a população era de 5 mil em 2003 para mais de 15 mil em 2012; isso tudo em função da atividade mineral implantada. O nosso questionamento é o que acontecerá se a empresa sair? Qual o impacto que o município irá sofrer? Como ficará a receita e população? E os espaços escavados, crateras e áreas que deveriam ser recuperadas? Tudo isso é um caso a se pensar. Gerará prejuízos. O Estado tem competência para uma fiscalização mais rigorosa”, disse.

Localizado no extremo norte do país e “isolado” do ponto de vista de conexões rodoviárias, o Amapá detém grande potencial para exploração mineral, tanto em terra quanto em sua costa litorânea. A mineração também fez parte da história de ocupação deste estado, com intensivos projetos ainda na década de 1950, como o da Serra do Navio.

O tema mineração entrou ainda mais em debate após a Petrobras anunciar em agosto de 2022 que irá perfurar seis poços de petróleo na linha de fronteira do Amapá com a Guiana Francesa. Ao todo, a petroleira vai explorar oito poços na chamada margem equatorial entre 2022 e 2025, com investimentos de US$ 1 bilhão. 

O anúncio foi comemorado por todos os setores políticos do estado, já que os investimentos são vistos como geradores de emprego e de movimentar a economia do estado. A exploração dos recursos minerais no Amapá data ainda da segunda metade do século passado. A cidade de Serra do Navio, por exemplo, surgiu a partir da estrutura criada para abrigar os funcionários da antiga mineradora Icomi. Até hoje o município tem na mineração a sua principal atividade econômica.

Dentro da Amazônia Legal, o Amapá tem a menor área de floresta desmatada desde 1988, segundo os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O estado responde por apenas 0,33% da área total desmatada no bioma desde então, o que representa uma área de 1,6 mil km2.

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