Homem que matou ex-companheira em Santana é condenado a 24 anos de prisão
George de Oliveira, de 28 anos, foi sentenciado a cumprir pena de 24 anos e 6 meses no Iapen. Ele foi julgado pelo assassinato da ex-namorada, Raiane Miranda, de 20 anos
Elden Carlos / Editor
A juíza Marina Lustosa, da 1ª Vara Criminal de Santana, sentenciou a 24 anos e 6 meses de prisão o réu George de Oliveira Corrêa, de 28 anos, que foi julgado pelo crime de feminicídio de sua ex-companheira, Raiane Miranda, de 20 anos, morta a facadas na noite de 31 de julho de 2020 quando ela retornava do trabalho.
O julgamento iniciou às 8h da manhã de quarta-feira (8) e foi marcado por um longo debate entre defesa e acusação. Foram ouvidas 10 testemunhas, sendo oito de acusação e duas de defesa. A sentença foi lida pela magistrada às 5h45 da madrugada desta quinta-feira (9), depois que o Conselho de Sentença considerou o réu culpado.
A magistrada considerou as qualificadoras de feminicídio, motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. A juíza observou em seu despacho que George não aceitava o fim do relacionamento com a jovem, premeditando o crime.
“O réu não apenas agiu com dolo direto, mas imbuído de exacerbado propósito homicida e com extrema frieza. Apesar das tentativas de demovê-lo por parte da família da vítima e da mudança de telefone pela ofendida, com vistas a cortar qualquer contato com o acusado, este decidiu, de maneira resoluta, por prosseguir com o crime bárbaro, da forma mais bestial e desumana”, descreve em trecho da decisão.
A juíza ainda citou na sentença que a morte de Raiane também deixou órfã uma menina de 3 anos e observa as consequências futuras que essa ação pode provocar na filha da vítima.
“O réu deixou órfã a filha da vítima, infante de apenas 3 anos à época dos fatos. Assumiu, assim, com consciência, as repercussões nefastas de uma criança crescer com a consciência de que a mãe teve a vida violentamente abreviada pelo seu próprio namorado ou ex namorado, como de fato eram. Por certo, esse trauma duradouro terá sérias repercussões na formação de sua personalidade, na organização de suas relações interpessoais e até mesmo na definição de sua confiança na humanidade”, destaca.
Após a leitura da sentença, a juíza determinou a transferência de George para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), onde ele já estava preso, para início do cumprimento da pena no regime fechado.