Valor final leva em conta R$ 1.001,20 relativos aos materiais e R$ 678,05 à mão de obra, afirma IBGE
O custo para construir no Brasil disparou 10,9% em 2022 e fechou o ano em R$ 1.679,25, segundos dados revelados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O valor final para construir leva em conta R$ 1.001,20 relativos aos materiais e R$ 678,05 à mão de obra. Em novembro, o custo havia sido de R$ 1.677,96.
A variação anual apurada pelo Sinapi (Índice Nacional da Construção Civil) é a segunda maior taxa desde 2014 na série com desoneração, caindo 7,75 pontos percentuais em relação a 2021 (18,65%).
O acumulado no ano para 2022 foi de 10,02% nos materiais, enquanto a parcela do custo com mão de obra atingiu 12,18%. Em 2021, a parcela dos materiais fechou em 28,12% e a mão de obra, em 6,78%.
“É importante observar que mesmo com a variação em dezembro bem menor que a captada em meses anteriores, o acumulado em 2022 ficou abaixo apenas do que foi captado em 2021, com taxa de 18,65%, e pouco acima de 2020, com 10,16%. Portanto, mesmo com quedas recorrentes desde julho, o acumulado no ano ainda tem influência das altas captadas no momento atípico de pandemia”, avalia o gerente do Sinapi, Augusto Oliveira.
A parcela dos materiais seguiu a estabilidade dos últimos dois meses (0,01% em novembro e 0,04% em outubro) e apresentou variação de 0,07% em dezembro. Considerando o índice de dezembro de 2021, houve queda de 0,69 ponto percentual. Já a parcela de mão de obra, com apenas um reajuste observado, registrou taxa de 0,08%, a menor do ano, caindo 0,27 ponto percentual frente a novembro (0,35%).
“As variações na parcela dos materiais, nos últimos meses de 2022, apresentaram taxas mais próximas às captadas em anos anteriores à pandemia, enquanto 2020, 2021 e os primeiros meses de 2022 sofreram mais fortemente o impacto desta situação. Já para a parcela da mão de obra, em 2022, acordos coletivos passaram a repor os salários das categorias profissionais do segmento da construção civil, que tiveram poucos ganhos nos anos da pandemia. Além disso, o aumento da inflação, base para a reposição dos salários nos dissídios, acabou influenciando nos valores acordados”, analisa Oliveira.