Da Redação
Dedicamos grande parte do tempo de nossas vidas ao nosso emprego e nem sempre isso é prazeroso ou satisfatório. A alta taxa de desemprego no País, a baixa remuneração, péssimas condições de trabalho, falta de planejamento profissional entre tantos outros, são questões que levam ao aumento significativo de diversos transtornos.
Como a saúde mental está no corpo e no meio, muitas vezes é concebida como uma fraqueza do sujeito, algo sobre o qual ele teria condições de atuar e não o faz.
Desde que saiu de um projeto de extensão e pesquisa da Unifap (Universidade Federal do Amapá) em 2015, o Ambacs (Ambulatório de Atenção a Crise Suicida), realiza atendimentos gratuitos para a comunidade.
“O Ambacs funciona desde 2015 e a atenção é totalmente voltado para a prevenção do suicídio. Ao longo desses anos, já assistimos a muitas pessoas envolvidas nesse tipo comportamento, e hoje, retornaram ao convívio social”, disse a psicóloga Josicléia Silva.
A maioria da sociedade ainda tem dificuldade em reconhecer que a depressão e outras doenças ligadas a mente são doenças. Ter saúde não significa necessariamente não ter nenhuma doença.
O preconceito e julgamento em volta ao tema saúde mental ainda fazem com as pessoas não queiram ser reconhecidas no lugar daqueles que têm transtornos mentais, com o risco de serem vistos como fracos ou descontrolados, algo que vai desde questões morais até as questões éticas. Daí a importância em se trabalhar não somente o paciente, como toda família.
Atualmente, a micro-rede dispõe de 4 locais de atendimento em grupo: 3 na capital Macapá (Laguinho, Buritizal e Marabaixo III), e 1 em em Santana. Também há atendimento psicológico individual que retornou a sede do Ijoma (Instituto do Câncer Joel Magalhães) e na Proeac/Unifap.
A cada dia que passa, mais e mais pessoas buscam ajuda e atendimento para combater a depressão e o suicídio. A Ambacs não satisfeito em oportunizar essas escutas, apenas nos pólos já existentes, irá realizar no próximo sábado, 14, na Escola Estadual Gabriel de Almeida Café (CCA) – centro da cidade, um plantão psicológico, onde você que precisa ser ouvido e se fazer ouvir poderá participar.
No mundo adulto, falta bastante conversa sobre isso. Todo mundo tem que ser muito bom, o tempo todo. Tem que ser 100% em tudo: no trabalho, na família, na academia, na escola. Temos que falar mais sobre isso, temos que nos permitir sofrer quando é preciso, e reconhecer o sofrimento do outro.
Reportagem: Luciane Alves
Imagens: Manoel Jr