Da Redação
Nas ruas do centro de Macapá, a falta de acessibilidade de pessoas com deficiência visual dificulta a locomoção, tornando-se assim, dependente de outras pessoas, e prejudicando o princípio constitucional, que é o direito de ir e vir.
Nesse caso, falamos de Jodoval, que nasceu com problema de baixa visão, mas aos 14 anos, teve glaucoma e perdeu totalmente a visão dos olhos. Os anos se passaram e ele teve que readaptar o modo de viver. Na área, flagramos a falta desses acessos, como rampas, calçadas com marcação tátil adequada entre outros.
“Toda vez que uma pessoa com deficiência visual sai de casa, se depara com a dificuldade de se localizar e se locomover entre 2 pontos. A acessibilidade aqui na capital é um desafio, com os obstáculos em nossa volta. É uma falta de sensibilidade do Poder Público, que depois de anos, vêm mudando seus conceitos e aceitando nossa problemática, no quesito de nossa locomoção com condições de trafegabilidade. O toque da nossa bengala é altamente imprescindível, mas ainda assim, temos que ficar procurando lugares acessíveis por onde podemos passar. No caso da pista tátil, ela nos dá um direcionamento por onde poderemos prosseguir com segurança”, disse Jodoval Farias, presidente da Associação dos Cegos e Amblíopes/AP.
Ele relatou ainda sobre as condições nos bairros mais distantes, onde a situação para acessibilidade é ainda mais agravante. Como o trânsito de pessoas é sempre menor em comparação ao centro, há uma falta de conscientização dos empresários em respeitar os direitos dos deficientes.
Sobre os direitos assegurados pela Constituição, ainda relatou que como presidente da associação, sempre há reunião com o poder público, no caso, a prefeitura de Macapá, responsável pela mobilidade urbana, onde há um planejamento e fiscalização mais intensa nesse quesito.
Segundo Nildo Nunes (Secretário de Habitação e Ordenamento Urbano de Macapá – Semhou), existe um plano de acessibilidade que já começou a ser executado nas obras realizadas pelo município. O objetivo é justamente melhorar a qualidade de vida dessas pessoas que tem algum tipo de deficiência.
Com frequência são realizadas fiscalizações para combater as obras irregulares e obstrução do passeio público. Quem não cumpre com as notificações, corre o risco de ser multado.
Quem vai fazer uma obra e precisa de orientação a respeito do passeio público e a forma correta da construção, deve procurar a Secretaria para tirar todas as dúvidas.
Reportagem: Lanna Coelho
Imagens: Erik Silveira