Política contra doença, que envolvia bloqueios repentinos, testes contínuos e quarentenas, causou maiores atos no país em 33 anos
A China anunciou nesta quarta-feira (7) um relaxamento geral das regras sanitárias anti-Covid-19, abandonando a estratégia de medidas duras contra a disseminação do novo coronavírus que gerou uma onda histórica de protestos em todo o país.
O mal-estar pela política de “Covid zero” da China, que envolve bloqueios repentinos, testes contínuos e quarentenas mesmo para pessoas que não estão infectadas, levou a manifestações nunca antes vistas desde o movimento pró-democracia de 1989.
As autoridades tentaram reprimir os protestos, mas, ao mesmo tempo, começaram a responder às reivindicações, primeiro a nível local e agora a nível nacional.
As novas diretrizes apresentadas na quarta-feira pela CNS (Comissão Nacional de Saúde) do país asiático indicam que a magnitude e o alcance dos testes de PCR (quase rotineiros sob covid zero) serão reduzidos. Os bloqueios também serão minimizados e as pessoas com casos não graves de Covid poderão se isolar em casa – em vez de serem enviadas para instalações do governo.
Além disso, a população não deve apresentar código de saúde verde no celular para entrar em prédios e espaços públicos, exceto em “hospitais geriátricos, instituições médicas, creches e centros de ensino médio e superior”.
“Indivíduos infectados que são assintomáticos e casos leves que podem se isolar em casa geralmente se auto-isolarão em casa”, encerrando a exigência de quarentena em uma instalação do governo, afirmam as novas regras.
“Testes de PCR massivos serão realizados apenas em escolas, hospitais, asilos e unidades de trabalho de alto risco. O escopo e a frequência dos testes de PCR serão ainda mais reduzidos”, acrescentaram as autoridades.
Além disso, “as pessoas que viajam entre províncias não devem apresentar o resultado do teste nas 48 horas anteriores e não precisam de fazer o teste à chegada”. A China também vai acelerar a vacinação da população idosa, há muito tempo vista como um dos principais obstáculos ao relaxamento da política de “Covid zero”.