Maicon Furtado, de 21 anos, foi executado com pelo menos 6 tiros de pistola calibre Ponto 40 na noite de domingo (13) na Feira do Pescado, bairro Perpétuo Socorro, Zona Leste de Macapá
Elden Carlos / Editor
Aguardando audiência de instrução e julgamento pelo crime de roubo (Art.157), Maicon Furtado Gonçalves, de 21 anos, foi executado com pelo menos seis tiros de pistola calibre Ponto 40 na noite de domingo (13) na Feira do Pescado, bairro Perpétuo Socorro, Zona Leste de Macapá. O Centro Integrado em Operações da Defesa Social (Ciodes) registrou a ocorrência às 22h55.
De acordo com o delegado Wellington Ferraz, da Delegacia Especializada em Crimes Contra Pessoa (Decipe), Maicon foi abordado pelo atirador – que teria desembarcado de um carro de passeio, de cor branco. O homem caminhou até a vítima e teria perguntado sobre uma ‘boca de fumo’ no local.
Depois, o suspeito retornou ao veículo e pediu para o homem lhe acompanhar. Quando se aproximou da porta do automóvel, Maicon recebeu o primeiro tiro no rosto. Na sequência, o algoz efetuou outros cinco disparos que atingiram principalmente a região das costas.
O atirador fugiu sem ser identificado. Policiais do 6º Batalhão de Polícia Militar (6º BPM) isolaram a cena do crime para o trabalho da Polícia Técnico-Científica (Politec). A perícia recolheu os estojos da munição usada no crime.
“É um crime com características de acerto de contas. A vítima respondia por roubo e tinha envolvimento com o tráfico de drogas. O atirador veio determinado a matá-lo, mas desembarcou apenas para confirmar se de fato era o alvo. Agora, vamos iniciar o levantamento de informações para tentar identificar o suspeito”, disse Ferraz.
O corpo foi removido para o Departamento de Medicina Legal (DML) para ser necropsiado. Até a manhã desta segunda-feira (14) o executor do crime não havia sido localizado pela polícia.
Crime
Maicon Furtado estava com uma audiência de instrução e julgamento marcada para ocorrer no dia 17 de abril de 2023, na 4ª Vara Criminal de Macapá. De acordo com denúncia do Ministério Público do Amapá (MP-AP), no dia 1º de janeiro de 2020, Maicon e um comparsa, identificado como Alexandre Alves Cardoso, tentaram render o proprietário de um imóvel localizado na Avenida Stephan Houat, bairro Jardim Marco Zero, Zona Sul da capital.
A vítima estava chegando em casa quando a dupla se aproximou anunciando o assalto. Eles utilizavam um simulacro de arma de fogo. O homem conseguiu entrar em casa e fechar o portão rapidamente. Os criminosos passaram a forçar o portão, mas acabaram surpreendidos por uma equipe do Batalhão de Força Tática (BFT) que fazia patrulhamento na região e se deparou com a tentativa de invasão e roubo em andamento. Eles foram presos em flagrante.
A dupla foi encaminhada para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), onde permaneceu presa. No dia 24 de abril do mesmo ano, o juiz Matias Pires Neto, da 4ª Vara Criminal, concedeu liberdade provisória aos agora réus no processo. Cinco meses depois, Alexandre voltou a ser preso, desta vez por tráfico de drogas.
Maicon permaneceu em liberdade, mas sem endereço fixo, o que frustrou as várias tentativas de intimação dele pela justiça. Mesmo assim, o judiciário não havia expedido um novo mandado de prisão preventiva.
Imagens: Olho de Boto