Em discurso rápido, Bolsonaro agradece votos e diz que protestos revelam ‘indignação’
Chefe do Executivo se manifestou pela primeira vez sobre o resultado das eleições nesta terça (1)
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou nesta terça-feira (1º) pela primeira vez após o resultado das eleições, mas não reconheceu a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República.
Ele agradeceu os 58 milhões de votos que recebeu no último domingo (30) e comentou brevemente sobre a onda de protestos ao redor do país de pessoas que não aceitam a vitória de Lula. “Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu processo eleitoral”, frisou.
Bolsonaro se reuniu com ministros antes de fazer a declaração à imprensa, como Ciro Nogueira (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia), Victor Godoy (Educação), Marcelo Queiroga (Saúde), Ronaldo Bento (Cidadania), Daniel Ferreira (Desenvolvimento Regional), Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública), entre outros.
O pronunciamento do presidente era aguardado desde o resultado das eleições, divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por volta das 19h50 de domingo (30).
Auxiliares do presidente tentavam, desde domingo, que ele se manifestasse sobre o resultado da eleição, mas Bolsonaro preferiu o silêncio. No seu entorno, no entanto, varios auxiliares reconheceram a derrota. O vice-presidente, Hamilton Mourão, que foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul pelo Republicanos, enviou mensagem ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), parabenizado-o pela vitória de sua chapa no pleito.
Rodovias ocupadas
A vitória do petista desencadeou protestos entre caminhoneiros. Após o resultado das eleições, manifestantes que não aceitaram a vitória de Lula começaram uma ocupação em diversas rodovias do país.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na noite desta segunda-feira (31) a “imediata desobstrução” de rodovias do país bloqueadas por caminhoneiros. Na decisão, o magistrado também ordena a prisão do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, em caso de descumprimento.
Nesta terça (1º), em nova decisão, Moraes determinou também que as polícias militares nos estados atuem imediatamente para liberar as rodovias bloqueadas por manifestantes que protestam contra o resultado das eleições.