Aliados mantêm apoio a Bolsonaro e afirmam que não há motivo para contestar resultado
Presidente ainda não se manifestou publicamente sobre a derrota na disputa pela reeleição, confirmada pelo TSE no domingo (30)
Aliados de Jair Bolsonaro (PL) afirmaram que vão manter o apoio ao presidente, mas que não veem espaço para contestar o resultado das urnas, que deram a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bolsonaro mantém silêncio após mais de 24 horas do resultado das eleições, divulgado no último domingo (30), e não parabenizou o adversário pela vitória. O petista obteve 60.345.999 dos votos (50,9%), contra 58.206.354 do candidato à reeleição, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O único membro do governo que se manifestou foi o vice-presidente e senador eleito pelo Rio Grande do Sul Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Por meio de mensagem, Mourão parabenizou o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin pela vitória.
A senadora eleita pelo Distrito Federal e ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos-DF) informou à reportagem que ainda não se encontrou com Bolsonaro, mas que mandou uma mensagem ao ex-chefe. “Disse que o amo, que o admiro e que o respeito”, contou.
Questionada sobre sua eventual contestação do pleito, Damares foi categórica ao responder que não há. “O presidente já tinha dito, inclusive, em entrevistas, que aceitaria o resultado das urnas, seja ele qual fosse“, afirmou a senadora eleita.
O líder do governo na Câmara, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), esteve no Palácio do Planalto mais cedo. O parlamentar evitou responder se Bolsonaro contestará o resultado. “Aguardemos”, limitou-se a dizer.
Já o deputado federal Evair de Melo (PP-ES) relatou ter conversado informalmente com o presidente após o resultado da eleição. Bolsonaro estaria, segundo o parlamentar, “estudando, ouvindo, conversando com fontes diversas”, mas que não tinha batido o martelo sobre que posição tomar.
Independentemente de qual será a atitude de Bolsonaro, o parlamentar reafirmou sua lealdade ao presidente e disse que fará oposição ferrenha a Lula na Câmara dos Deputados. Melo lembra que a nova legislatura do Congresso Nacional conta com políticos mais ligados à direita do que à esquerda.