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Petrobras e Banco do Brasil lideram quedas do Ibovespa após eleição

Vitória de Lula (PT) na disputa presidencial aumentou incertezas de investidores; política pode ter impacto nos preços dos combustíveis

Petrobras e Banco do Brasil apresentavam os piores desempenhos do Ibovespa nesta segunda-feira (31), refletindo percepção de aumento de incertezas sobre as estratégias de ambas as estatais, após Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sair vitorioso na disputa presidencial.

Às 14h, depois de uma leve recuperação no fim da manhã, Petrobras PN caía 9,41%, a R$ 29,44, e Petrobras ON cedia 7,94%, a R$ 32,94, enquanto Banco do Brasil registrava queda de 6,83%, a R$ 36,17. No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,84%.

Há a percepção de que o resultado da eleição não desencadeou reações drásticas de entes políticos, trazendo um relativo alívio generalizado no mercado.

Lula venceu o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, impondo uma inédita derrota nas urnas a um ocupante do Palácio do Planalto que buscava um segundo mandato. Será a terceira vez de Lula na Presidência.

Para o mercado, no caso da Petrobras, o foco está em medidas que poderão afetar os planos de investimento da petrolífera, com reflexos nos dividendos. Esse é um dos fatores que têm apoiado o otimismo recente de analistas com a empresa.

Planejadores de políticas da equipe do petista sinalizaram, durante a campanha, que o futuro governo tende a intensificar a presença do Estado no setor de refino de petróleo, o que terá impactos nos rumos dos preços dos combustíveis da Petrobras.

Lula também prometeu rever o PPI (Preço de Paridade de Importação), de forma que os valores dos combustíveis reflitam “custos nacionais”, portanto, sem acompanhar as oscilações do dólar e do petróleo no mercado internacional.

Para analistas do JPMorgan, as cotações das ações da empresa não refletirão totalmente os fundamentos até que investidores tenham clareza sobre o que mudará exatamente na empresa. “Isso deve levar, em nossa opinião, pelo menos seis meses.”

Nesse contexto, eles cortaram a recomendação das ações da Petrobras para “neutra” e reduziram os preços-alvo, com o da PN passando a R$ 37, bem abaixo de R$ 53, que tinha anteriormente.

A equipe do BTG Pactual também cita a “falta de visibilidade sobre investimentos (capex) e dividendos” para reiterar sua recomendação “neutra”, enquanto reduziu o preço-alvo de R$ 40 para R$ 35,7. Capex é a sigla referente à expressão em inglês CAPital EXpenditure, que significa despesas de capital, ou investimento em bens de capital. Trata-se do dinheiro usado na compra de bens de capital de uma determinada empresa.

Para esses analistas, os “investidores provavelmente atribuirão maiores chances de mudanças estratégicas na Petrobras”, e a maioria pode desencadear capex mais alto, e dividendos mais baixos.

No caso de BB, analistas do Goldman Sachs citaram que pode haver maior incerteza até que haja mais clareza sobre as políticas públicas futuras, mas reiteraram “compra” das ações, que veem com desconto significativo antepares do setor privado.

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