Segundo a delegada Luiza Maia, o casal praticava a chamada ‘pirâmide financeira’, um esquema fraudulento que depende do recrutamento de pessoas para gerar lucro
Jonhwene Silva / Da Redação
A Polícia Civil do município de Santana, na Região Metropolitana de Macapá, está à procura de um casal suspeito da pratica de estelionato na cidade. Rau Borges e Sara Borges são empresários, proprietários de uma cafeteria local muito famosa e teriam realizado a pratica de uma espécie de ‘pirâmide financeira’, coletando recursos com cifras consideráveis das supostas vítimas.
O golpe, segundo as pessoas que registraram boletim de ocorrência na 2ª Delegacia de Polícia Civil, se concretizava quando Rau e Sara conseguiam a confiança delas e se tornavam próximas do casal. Numa das práticas, Rau dizia que operava no mercado financeiro na compra e venda de dólar ou euro. Na tentativa de ludibriar, prometia o retorno de 50% do valor investido com lucros altos e diários.
“Foram várias pessoas que desde a quinta-feira da semana passada, começaram a nós procurar, dando conta desse suposto caso de estelionato. A partir daí, iniciamos diligencias até o endereço do casal e não os encontramos. Sem respostas, ficou claro que os mesmos não estão na cidade e encontram-se foragidos”, disse a delegada Luiza Maia.
Além da suposta atuação no mercado financeiro, a atuação de Rau e de Sara consistia na operacionalização de vários negócios. Sociedades em distribuidoras de gás, de bebidas, empresas com foco na venda de placas solares, entre outros. Na redes sociais, o casal ostenta demonstrando sucesso financeiro com viagens internacionais, frequentando restaurantes de luxo, posando em aviões e ao lado de artistas conhecidos no estado. De acordo com um médico que não quis ter o nome revelado, o prejuízo das vítimas no total pode chegar a R$ 2 milhões.
“Ele chegava ou a pessoa era convidada a ir até eles. Lá, se apresentava como empresário que investia no mercado de câmbio (compra de dólar e euro). A partir daí, ganhava a confiança das pessoas e de vez em quando dizia que estava precisando de dinheiro. Aí dava como garantia a cafeteria dele. Mas, isso ele dizia pra várias pessoas que caíram no golpe”, afirmou.
Ainda de acordo com levantamento da polícia, pelo menos 13 pessoas que já foram ouvidas se disseram vítimas do casal. Os prejuízos também variam e em um dos casos o funcionário de uma empresa de celulose teria pego toda a indenização, na ordem de R$ 190 mil, e colocado nas mãos do suposto casal de estelionatários. Outros teriam investidos valores variados na ordem de R$ 100 mil a R$ 500 mil.
Apesar de não terem antecedentes criminais, a delegada Luiza Maia pediu a prisão preventiva do casal que até o presente momento não compareceu a delegacia de Polícia Civil: “Eu preferi pedir a prisão preventiva deles. Sabíamos que havia a possibilidade deles se apresentarem espontaneamente, mas como isso não aconteceu, decidi tomar essa medida”, finalizou a delegada.
A reportagem do Portal Equinócio Play tentou contato com o casal, mas não houve êxito no retorno.